IBGE II: Modernização no campo veio sem escolaridade

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Os dados vêm sendo compilados desde 2006 e dão um novo perfil ao agronegócio brasileiro. O Atlas Rural do Brasil divulgado na sexta-feira (19/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que parte do censo agropecuário realizado naquele ano, mostra que, além de contar com mais tecnologia, o setor passou para a era do conhecimento, em que há pouco espaço para amadorismo. Isso ocorreu apesar do baixo índice de escolaridade.

Ensino médio ou superior - Segundo o IBGE, até 2006, apenas 18,58% dos produtores que estavam à frente das propriedades rurais tinham ensino médio ou superior. No Paraná, esse índice sobe para 30,18%. Por outro lado, 24,5% declararam-se analfabetos em âmbito nacional e 6,22% na pesquisa estadual.

Ensino fundamental - A maior parcela dos agropecuaristas se incluiu no grupo que entrou no ensino fundamental mas não chegou ao fim: 42,35% (Brasil) e 53,45% (Paraná). Somados aos analfabetos e aos que aprenderam a ler fora da escola regular, esses porcentuais sobem. E indicam que 81,42% dos chefes de estabelecimentos rurais no país e 69,82% no estado não estavam preparados para entrar num curso de graduação.

Atividades - Esses produtores lidam com novos sistemas de irrigação, biotecnologia, plantio direto (sistema que envolve centenas de variáveis) e ingressam na agricultura de precisão (com equipamentos controlados via satélite). Na pecuária, tornam-se cada vez mais comuns práticas como transferência de embriões, inseminação artificial, criadouros automatizados, conferiu o IBGE.

Menos trabalhadores - A tecnificação foi acompanhada por uma redução drástica no número de pessoas que trabalham no campo. A frota de tratores do país passou de 545 mil em 1980 para 820 mil em 2006, mostram os censos agropecuário referentes a esses anos. De lá para cá, conforme a indústria, foram vendidos mais 230 mil tratores.

Pessoas ocupadas - Por outro lado, o total de pessoas ocupadas no meio rural passou de 23,39 milhões em 1980 para 16,57 milhões em 2006. A queda foi de quatro para três trabalhadores por estabelecimento rural. Esse recuo foi observado mesmo em estados como o Paraná, que registrou queda também no total de estabelecimentos agropecuários de 454 mil para 371 mil no mesmo período.

Bioma - O Atlas Rural mostra ainda que os estabelecimentos agropecuários ocupam 69% do pantanal, 66% da mata atlântica e 59% do cerrado. A expansão das lavouras vem ocorrendo principalmente nesse último bioma. (Gazeta do Povo)

Conteúdos Relacionados