GUERRA: Superintendente da Ocepar destaca os impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia; Getec divulga análise sobre o tema

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guerra 02 03 2022A invasão da Ucrânia pela Rússia deve trazer consequências para o mundo todo, inclusive para o Brasil, em diferentes setores, o que tem gerado certa apreensão. “O conflito entre a Rússia e a Ucrânia preocupa muito o Brasil, principalmente o agronegócio, em relação ao suprimento de fertilizantes. Dos US$ 6,5 bilhões que o Brasil importou da Rússia no ano passado, 62% são relacionados a fertilizantes, especialmente cloreto de potássio. O país também é um importante fornecedor de gás natural, além de ser um grande produtor de cereais de inverno, como trigo, cevada e girassol, entre outros. Então, realmente é uma situação que preocupa. Também deve haver grande impacto na questão de logística internacional, pois a Rússia é uma rota de vários mercados”, afirma o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, em depoimento gravado para diferentes veículos de comunicação, e reproduzido pela Rede Massa, Band, CBN Rural e Portal Sou Agro. Clique aqui para conferir na íntegra. Mafioletti também falou sobre o assunto ao programa RIC Rural, exibido no domingo (27/02) pelas emissoras da Rede Independência de Comunicação (RIC) no Paraná, afiliada da Rede Record. Clique aqui para conferir na íntegra

Análise - Na quinta-feira (24/02), a Gerência de Desenvolvimento Técnico da Ocepar (Getec), publicou uma análise que aponta os impactos da guerra para os brasileiros. Em relação às commodities, o documento destaca que Rússia e Ucrânia são responsáveis por 28% do comércio global de trigo, sendo que o cereal já apresentou a maior alta dos últimos nove anos. “O risco é de diminuição global da oferta desse grão. Por mais que o Brasil importe cerca de 50% da sua demanda de trigo e que o maior parceiro comercial seja a Argentina, poderá haver uma corrida para aumentar os estoques”, apontam os técnicos da Getec. Outra consequência é que os contratos de milho e soja na bolsa de Chicago já registram aumentos que ultrapassam os 5%.

Petróleo - Ainda de acordo com o levantamento da Getec, o barril de petróleo atinge o maior preço desde 2014, chegando a valores acima dos US$ 100, com aumento médio de 8%. Assim, a alta do preço das commodities pode resultar no aumento da inflação global. Como exemplo, no Brasil, poderá resultar no reajuste dos preços pela Petrobrás, com reflexos na inflação interna.

Dependência de fertilizantes - Segundo dados da Embrapa, atualmente o Brasil importa mais de 85% dos fertilizantes agrícolas, com grande dependência de remessas de fósforo e potássio. E a Getec lembra que as agendas internacionais recentes do Governo tiveram como tema principal a manutenção do fornecimento de fertilizantes para o país. Desta forma, quaisquer tensões envolvendo a região e a Rússia podem afetar o fornecimento e o preço, o que poderá representar um aumento no custo de produção. Apenas em 2021, o Brasil importou cerca de US$ 3,5 bilhões de fertilizantes da Rússia.

Impactos logísticos e oportunidades - Além de destacar que o conflito militar na Europa pode gerar interrupção na cadeia logística, que vai afetar o mercado global e consequentemente o Brasil, a Getec ressalta que, por outro lado, essa situação também pode trazer oportunidades pois o aumento da incerteza na região da guerra, somada ao alto valor das commodities e à possível migração dos investidores globais para novos mercados emergentes (afastando-se da Rússia e da Ásia) poderão atrair capital estrangeiro ao Brasil. A alta do dólar e das commodities pode ainda resultar em uma maior exportação de produtos brasileiros.

Clique aqui e confira na íntegra a análise da Getec

 

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