Fórum de Comunicadores mostra o caminho

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Realizado na quinta e sexta-feira da semana passada, em Curitiba, o Fórum dos Jornalistas e Comunicadores de Cooperativas do Paraná mostrou a grande mudança do setor ocorrida nos últimos anos, como o desaparecimento de mais de uma quinzena de jornais e revistas e a terceirização de parte das assessorias de imprensa. O encontro, que contou com a participação de 22 comunicadores, objetivou debater os principais assuntos relacionados com a comunicação cooperativista. Uma das conclusões foi de que a comunicação é muito importante no sistema cooperativista em função da essência do movimento cooperativista, que é a participação e a troca de informações.

Qualidade x anúncios – Durante a o painel “Mercado publicitário para os jornais de cooperativas”, que contou com a participação de Luiz Lee Pinto, da Agromídia, e de Rogério Recco, da Flamma Comunicação, constatou a dificuldade de alguns jornais se firmarem como veículos utilizados pelas empresas do agronegócio para fazerem duas inserções publicitárias. A razão principal é a falta de periodicidade, circulação fora do prazo e má qualidade gráfica, o que impede a boa visibilidade dos anúncios. Entre os mais de quinze jornais das cooperativas do Paraná há uma razoável distância entre alguns, de excelente qualidade gráfica e editorial, e outros, que não seguem esses mesmos critérios. No entanto, algumas empresas não anunciam nos jornais das cooperativas porque essas cooperativas já têm um sistema de promoção de venda dos produtos dessas empresas.

Flamma: caso de sucesso – O jornalista Rogério Recco, de Maringá, contou como a sua empresa, Flamma Comunicação se consolidou depois que saiu da Cocamar em 1994, para atuar como terceirizado. Depois de um período de grandes dificuldades, a empresa se consolidou e hoje edita dois jornais, o da Cocamar e o Paraná Açúcar e Álcool, sem nenhum vínculo financeiro com as empresas, embora discuta a pauta de cada edição com os dirigentes e técnicos da cooperativa e da Alcopar. Nos dois casos as empresas emprestaram apenas o nome e a lista de endereços, além de manterem uma estreita confiança de que os assuntos tratados nesses jornais são de interesse comum. Recco também disse ainda notar, na área rural, um grande espaço a ser ocupado por competentes profissionais de comunicação.

O suicídio das marcas – O gerente de marketing da Rede Paranaense de Televisão, Dirceu Simabucuru, proferiu palestra sobre o tema “Posicionamento de marca como fator de lucro”, destacando a complexidade do mercado onde, muitas vezes, uma determinada marca, de boa qualidade, precisa sobreviver em meio a dezenas de outras. Defendeu que as empresas realizem investimentos racionais, baseados em estudos, na promoção de suas marcas, evitando aquilo que o mercado convencionou chamar de “Síndrome de Lemingue”, ou suicídio das marcas. Lembrou que com a ajuda do marketing um produto que é commodity, como a água, pode passar a ser comprado em função de sua marca, mesmo que não tenha qualidades nitidamente melhores que os concorrentes.

Sugestões e aspirações – O encontro, além de constatar uma grande mudança nas assessorias de imprensa das cooperativas nos últimos anos, parte em função das dificuldades atravessadas pelas empresas nesses anos, confirmou a complexidade das tarefas dos comunicadores. Rádio, jornal, assessoria de imprensa, relações públicas, organização do quadro social, marketing, folhetos, reuniões, assembléias e dias de campo são as principais ações exercidas pelos assessores de imprensa. Apesar disso – ou até por causa do acúmulo de tarefas – normalmente os comunicadores estão fora dos programas de treinamento das cooperativas. E como geralmente são um ou dois nas cooperativas, não formam “massa” para treinamento. E, como exercem múltiplas funções, de que treinamentos devem participar? Cooperativismo, jornalismo, participação em eventos da diretoria, informática, entre outras, foram as sugestões dadas pelos comunicadores, com dois objetivos: para a própria formação e melhoria do trabalho que exercem.

Avaliação de Koslovski - O presidente do Sistema Ocepar/Sescoop-PR, João Paulo Koslovski, que fez uma palestra aos jornalistas e comunicadores mostrando a evolução e tendências do cooperativismo, também destacou a importância do processo de comunicação nas e das cooperativas. Respondendo a uma pergunta de um dos participantes, sobre a análise das lideranças cooperativistas sobre o trabalho de comunicação, Koslovski disse que o trabalho de divulgação interno vem funcionando muito bem, mas que é preciso mostrar à sociedade como um todo os resultados, avanços e tecnologia das cooperativas. De acordo com o presidente da Ocepar, temos que ocupar o espaço disponível na grande imprensa para discutir o agronegócio do ponto de vista das cooperativas.

Desenvolvimento Humano e Autogestão - Leonardo Boesche, Gerson Lauermann e Nelson Costa, respectivamente das gerências de Desenvolvimento Humano, Autogestão e Técnica da Ocepar, também tiveram participação no evento. Gerson fez a apresentação do Sistema de acompanhamento das Cooperativas (SAC), que permite o acompanhamento da evolução e desempenho das cooperativas, servindo inclusive para alertar sobre condições de risco do ponto de vista financeiro e de administração. Boesche falou da importância da comunicação no sistema cooperativista, sugerindo a integração de outras áreas nesse processo, como a integração e interação com a assistência técnica e recursos humanos, por exemplo. Leonardo Boesche solicitou que jornalistas e comunicadores indiquem o tipo de treinamento que desejam nos próximos eventos. Nelson Costa fez uma exposição e cobrou a participação de todos na confecção do Balanço Social das Cooperativas, que já começou a ser trabalhado e deve ser editado em novembro.

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