FINANCIAL TIMES: O INCRÍVEL LUCRO DOS BANCOS BRASILEIROS

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Os bancos brasileiros sabem melhor que ninguém como lidar com os bons e maus ciclos econômicos e no ano passado, mais uma vez, eles mostraram isso, diz o Financial Times. "Com a vizinha Argentina agonizando e um lento crescimento interno, os maiores bancos do país, como o Bradesco e o Itaú, registraram lucros recordes, graças a uma combinação de elevados 'spreads' e um eficiente hedge em dólar. Metade dos dez maiores bancos do Brasil registraram lucros recordes no ano passado.

Itaú - O Itaú, o segundo maior banco privado, anunciou na terça-feira um lucro líquido de R$2,4 bilhões (30 por cento maior que o de 2000), passando à frente do Bradesco, com R$2,17 bilhões (aumento de 25 por cento). 'Eles são realmente fortes no varejo', diz Tomas Awad, analista do BBA Creditanstalt. 'Mas são também diversificados e oferecem quase toda a gama de serviços financeiros, o que ajuda sua estabilidade'. Nos últimos seis meses, o Itaú e o Bradesco adquiriram respectivamente as carteiras de administração de ativos do Lloyds TSB e do Deutsche Bank.

Bradesco - Só o Bradesco investiu cerca de R$3 bihões desde o começo do ano em uma série de cinco aquisições. Esse apetite voraz suscitou algumas dúvidas. 'Eles não têm pessoal qualificado em número suficiente para lidar com tudo isso e integrar tantas instituições diferentes ao mesmo tempo,' diz Pedro Gomes, analista da Fitch Ratings em São Paulo. Ao contrário do resto da economia brasileira, que sofre com as altas taxas de juros e com a desvalorização cambial, o setor bancário floresce. 'Houve uma transferência de renda do setor produtivo para o setor financeiro', explica um analista. Apesar de o volume de crédito permanecer relativamente baixo, ele é extremamente lucrativo. 'Os spreads são melhores aqui do que no resto da América Latina. E o mercado de hedge tem beneficiado todas as companhias com um alto grau de capitalização', diz Alvaro de Souza, ex-executivo do Citibank que preside a Câmara Americana do Comércio em São Paulo.

Euforia - Alguns analistas do setor acham entretanto que a euforia pode ter atingido seu pico. O banco central já está baixando os juros e este ano deve haver uma queda de dois por cento. 'Os bancos podem continuar com lucros atraentes, mas isso pode não durar porque numa hora os spreads vão se reduzir', diz Awad do BBA. Mas os banqueiros parecem confiantes em que reagirão bem a um declínio nos juros, à medida que as perspectivas econômicas do Brasil melhorem de novo. 'Não exaurimos ainda todo o nosso potencial', diz Gustavo Marin, presidente do Citibank em São Paulo." (Fonte: Global Press)

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