FERROVIAS: Nova linha é mais rápida e barata para os usuários

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O transporte de cargas do Oeste do Paraná ao Porto de Paranaguá pode ser três vezes mais rápido e 25% mais barato se o Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal adotar a proposta da construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o litoral paranaense, e não o binário por Mafra e São Francisco (SC). Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil), comparou as alternativas de transporte de escoamento da produção agrícola do estado para avaliar qual seria a proposta mais rápida e barata para os usuários. O estudo levou em conta os projetos que estão sendo discutidos no PIL, que prevê investimentos de R$ 133 bilhões em ferrovias e rodovias para os próximos 25 anos. Foram levados em conta o trajeto feito pela BR-277; a proposta de um binário ferroviário por Mafra e São Francisco, em Santa Catarina; e a construção de uma ferrovia nova ligando diretamente o centro do estado ao litoral.

Custo/Benefício - Para o assessor de gestão estratégica da Seil, Fernando Ferro de Lima, a alternativa de uma nova ferrovia é a que tem melhor relação custo/benefício para os usuários. “Em razão dos raios de curva e das rampas, é possível transportar uma carga de Guarapuava ao porto em pouco mais de 6 horas”, afirma. No sistema binário, a carga demoraria 19 horas para chegar ao litoral. O traçado atual da ferrovia – que seria aproveitado na proposta de binário – é cheio de curvas que limitam a velocidade das locomotivas. “As ferrovias atuais são centenárias. Foram construídas para competir com o transporte de mulas. Hoje já estão totalmente defasadas”, afirma Lima.

Frete mais caro - Além de a velocidade ser menor, o frete também seria mais caro, pois a estrutura precária no traçado da Serra do Mar impede os trens de trafegar puxando o limite máximo de vagões. “Com uma locomotiva com mais vagões e fazendo um trajeto em um tempo mais curto, o custo seria menor”, explica o membro do conselho de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr. Com as curvas fechadas e rampas acentuadas do trajeto atual, as locomotivas trafegam a uma velocidade média de 27 km/h. Na Serra do Mar, ela cai a 15 km/h. No mesmo trecho, as locomotivas só conseguem operar com um máximo de 20 vagões por locomotiva. Há outro inconveniente na proposta de binário: enquanto as obras fossem realizadas na ferrovia atual, o trecho ficaria parado para o transporte de cargas, o que colocaria cerca de 250 mil caminhões a mais descendo a serra por ano.

Operação no limite - O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Ro­­dol­­pho Luiz Werneck Botelho, afirma que a BR-277 já opera no seu limite. Ele acredita que o ideal seria transpor a matriz do transporte de cargas para uma ferrovia mais eficiente, liberando a rodovia para um fluxo mais constante. (Gazeta do Povo)

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