FEIJÃO: Safra será menor no Paraná

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Nem mesmo a reação nos preços do feijão registrados desde maio devem incentivar produtores a aumentar as áreas da cultura para a 1º safra (2007/2008), que está em fase de plantio. Segundo Margorete Demarchi, técnica do Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual de Agricultura (Deral-Seab), as tendências de cultivo apontam para uma redução de área de 18%.

Preços "muito ruins" - Entre as razões da redução Margorete cita os preços "muito ruins" do primeiro semestre e a melhor cotação de culturas que coincidem com épocas de plantio, como fumo, milho e a soja. A cultura do feijão, lembra a técnica, tem no País três safras. No Paraná, que ocupa a posição de maior produtor, respondendo por 23% do volume colhido, apenas as duas primeiras (colhidas entre dezembro e janeiro e abril e maio) têm importância econômica, sendo a primeira a principal safra.

Perdas - Apesar das perdas provocadas pelo excesso de chuvas no final de dezembro de 2006 e início de janeiro de 2007, o Paraná colheu 561.040 toneladas na primeira safra. O volume, segundo a técnica do Deral, foi 18,4% maior que o produzido no mesmo período do ano passado (473.850 toneladas), afetado pela estiagem. Na segunda safra a produção foi 199.694 toneladas, 13,8% inferior ao potencial inicial. A falta de chuvas e geadas provocaram esta quebra.

Feijão carioca - Margorete destaca que quem dita os preços do feijão, de modo geral, é a categoria "feijão de cor", ou o feijão carioca. E apesar da relação entre o estoque e o consumo estar em alta - o maior das últimas cinco safras -, o aquecimento no mercado do carioca é atribuído à menor oferta de feijão de qualidade no mercado atacadista da capital paulista, considerada a região "formadora" dos preços do grão no mercado brasileiro. O comportamento do mercado do feijão carioca, principal variedade cultivada no Brasil e no Paraná, de acordo com Margorete, acabou "puxando" as cotações do feijão preto. "O produto vem sendo comercializado a R$ 57,42 por saca, 77,6% acima do preço médio praticado em fevereiro deste ano (R$ 32,34/sc)".


Especulação - O feijão, continua a técnica, não possui um mercado "transparante". "É um mercado muito especulativo", resume. Para ela, os preços pagos não são afetados por uma possível redução no consumo de feijão. "Essa afirmação é polêmica, pois não há estudos que comprovem que o brasileiro esteja diminuindo o consumo do feijão. Ainda não apareceu um substituto para o feijão com arroz na nossa dieta". O consumo per capita também não é contabilizado. "O País consome 3,3 milhões de toneladas por ano", conclui. (Folha de Londrina)

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