FEIJÃO II: Colheita graúda, mas lucro achatado

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A primeira safra de feijão do ciclo 2009/10 chega a um terço da colheita no Paraná com preços em queda contínua, apesar de a qualidade do produto ser considerada melhor que a esperada. Os produtores recebem entre R$ 52 (preto) e R$ 54 (de cor) por saca de 60 quilos, metade do que conseguiam um ano atrás. Estoques elevados desvalorizam o alimento e fazem com que só produtividades pelo menos 20% acima da média de 1,6 tonelada por hectare sejam lucrativas.

Sudoeste - No Sudoeste do Paraná, a produção é considerada fraca, não ultrapassando 1,8 tonelada por hectare. Em contrapartida, a qualidade do grão é das melhores, principalmente no feijão preto. Ano passado, os produtores colheram 30% menos que a média atual, mas receberam o dobro. O agricultor Mateus Biasek, de Pato Branco, colheu 30% de seus 270 hectares de feijão e afirma que não está alcançando a produtividade média (1,6 t/ha). Os primeiros lotes renderam 1,2 tonelada por hectare. Ele espera que as áreas plantadas mais tarde rendam 50% mais. "Nas lavouras em que teve uma semana de diferença no plantio devemos colher 30 sacas (1,8 t) por hectare". Na verdade, todo o plantio foi antecipado, para que, após a colheita, a área seja coberta de soja. Segundo Biasek, só quem conseguiu reduzir custo não vai sair no prejuízo, considerando a produtividade média. "Vamos segurar o feijão estocado enquanto pudermos para esperar um preço melhor."

Soja - O feijão perdeu espaço para a soja, que começa a ser colhida nos próximos dias no Sudoeste. Dos 330 mil hectares previstos, só 323 foram plantados, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab). A área é 13% menor que a do ano passado. A produção, no entanto, considerando média de 1,6 tonelada por hectare, deve chegar a 523 toneladas, com alta de 24%. A explicação está na produtividade, que volta ao normal depois de um ano de quebra, crescendo 38% sobre a alcançada no mesmo período do ano passado. Ainda restam duas safras de feijão no ciclo 2009/10, mas com áreas e produções menores. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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