EXPORTAÇÕES: O Sul perdeu US$ 7 bi em 2006

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Os estados do Sul exportaram US$ 7 bilhões a menos em 2006, fazendo cair sua participação no total das exportações brasileiras de 25 para 20%, segundo a edição especial da revista “Anuário Expressão – Comércio Exterior”, distribuído nesta semana.. As causas são uma reação em cadeia em conseqüência da gripe aviária, dos focos de aftosa e da valorização da moeda brasileira em relação ao dólar. Mas “a feroz concorrência dos produtos chineses”, também contribuiu significativamente para essa desaceleração nas exportações. As indústrias de calçados e têxteis foram as que mais sofreram com a concorrência dos produtos importados. O setor têxtil, cujas exportações tiveram cinco anos seguidos de superávit, importou mais do que importou em 2006. As vendas somaram US$ 2,08 bilhões contra US$ 2,14 bilhões em importações.

As cooperativas entre as maiores – Apesar do desempenho ruim do agronegócio comparativamente aos anos anteriores, as cooperativas do Paraná mostraram um bom desempenho entre as maiores exportadoras do Sul. Na relação das 40 maiores empresas exportadoras do Sul, a Coamo figura como a única cooperativa dos três estados, ocupando a 2ª posição, com US$ 313,64 milhões. As cinco maiores empresas exportadoras são a Bunge (SC), com US$ 969,70 milhões; a Sadia (SC), com US$ 947,96 milhões, a Perdião (SC), com US$ 742 milhões, a Volkswagem do Brasil (PR), com US$ 621 milhões e a Petrobrás(PR), com US$ 519,67 bilhões. Entre as 250 maiores empresas exportadoras brasileiras estão as seguinte cooperativas: Copersucar (SP – 17ª posição), Coamo (PR - 71ª posição), Cooxupe (SP - 124ª posição), Coopercentral (SC – 155ª posição), Cooperativa de Orlândia (MG – 164 posição), Lar (PR – 210ª posição) e C.Vale (PR – 224ª posição). As 250 maiores exportadoras são responsáveis por 71% do total das vendas externas.

Maiores superávits – A revista também mostra os setores deficitários e os superavitários na relação exportação x importação. O setor de maquinaria e eletroeletrônica importou US$ 15,2 bilhões, com um déficit de US$ 9,1 bilhões. O setor químico importou US$ 16,5 bilhões, com déficit de US$ 7,2 bilhões. O terceiro maior déficit comercial foi o de petróleo, com um saldo negativo de US$ 3,1 bilhões e importação de US$ 13,6 bilhões. Os setores ligados ao agronegócio equilibram favoravelmente esse balanço com o superávit de US$ 11,2 bnilhões em produtos tropicais; de US$ 10,4 bilhões nos cereais; US$ 8,6 bilhões em produtos animais e US$  5,9 bilhões em produtos florestais.

Radiografia do Sul - Os estados do Paraná e Santa Catarina foram os que mais perderam nos negócios internacionais em 2006. Santa Catarina sofreu fortíssimo impacto no setor de carnes de frango, suínos e nos têxteis. No comparativo 2006 sobre 2005, a economia do Paraná sofreu um impacto negativo no agronegócio e no setor de automóveis e caminhões. A Volvo reduziu as exportações em 39,45%, a Volkswagem vendeu -35,5%. A Sadia, a Cargil e a Perdigão venderam, respectivamente,  -19,83%, -17,25% e -24,7% das vendas externas. Nas cooperativas colocadas entre as 40 maiores exportadoras o impacto foi menor: -5% na Coamo; -12.35 % na Lar; -9,45 na Copacol, enquanto a C.Vale teve um crescimento 16,39%. A tabela seguinte resume o comportamento das exportações do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Tabela 1 – Exportações, importações e superávit, por estado (US$ bilhões)

Estado

RS

SC

PR

Exportações

11,77

5,96

10,00

Importações

7,94

3,47

5,97

Superávit

3,82

2,49

4,02

Fonte: Anuário Revista Expressão – Comércio Exterior.

O que se espera para 2007 – Passada a “tempestade”, as empresas esperam um ano melhor. Melhores preços nos cereais, o crescimento dos biocombustíveis e maior produção não são suficientes, no entanto, para garantir exportações e ganhos maiores. Os principais insumos da agricultura (fertiliantes, defensivos e medicamentos) estão tendo uma alta média de 30% nos custos, enquanto a China continua ampliando a venda de seus produtos de baixo custo. Enquanto a economia brasileira cresce a passos lentos, a chinesa cresce cerca de 10%. O mercado de carnes continua meio fechado por causa da gripe aviária e de problemas de sanidade nos rebanhos de bovinos e suínos. Os importadores não compreendem (ou não querem compreender) as dimensões continentais que separam focos isolados de doenças, utilizando esse problema para pressionar os preços para baixo.

 

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