EXPORTAÇÕES I: Restrições da UE causam pouco impacto no PR

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A ampliação das restrições à carne bovina brasileira, imposta pela União Européia (UE), não deve causar muitos impactos à economia paranaense. Isso deve ocorrer porque as exportações já estavam embargadas desde outubro de 2005, quando foram confirmados focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Como os europeus apontaram falhas na rastreabilidade do rebanho brasileiro e não na sanidade, a expectativa é que o Paraná não seja prejudicado na retomada do status de área livre de aftosa com vacinação.

Surpresa - Para o economista do Sindicato das Indústrias da Carne do Paraná (Sindicarnes), Gustavo Fanaya, a restrição causou surpresa. Na verdade, os três Estados embargados - Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul - esperavam a abertura dos mercados. ''São Paulo era dado como certo (o fim dos embargos) porque não houve foco (de aftosa), já Paraná e Mato Grosso do Sul estavam bastante otimistas, mas não imaginávamos que a União Européia fosse fechar mais'', comentou.


Volume exportado é pequeno - O Paraná praticamente não mantém comércio com a UE. Está liberada apenas a comercialização de alguns tipos de miúdos e de produtos processados, mas o volume não chega a 1% do total exportado. Fanaya lembrou que antes dos embargos, 60% das exportações paranaenses tinham como destino a Europa. ''A nossa perspectiva era de que a liberação do mercado russo e os avanços, ainda que lentos, no Sisbov (sistema de rastreabilidade nacional) fariam com que a União Européia mantivesse o comércio'', observou.

 

Status sanitário deve ser retomado - Apesar do ''viés comercial'' da decisão européia - que ocorreu devido às pressões de produtores irlandeses - a avaliação de autoridades é que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) não será influenciada e deve garantir aos três Estados ainda embargados a retomada do status sanitário. Inclusive, uma decisão neste sentido ainda é aguardada para o final deste ano ou para janeiro. Para Fanaya, há falhas no sistema de rastreabilidade bovino, principalmente, porque o programa não é efetivamente cumprido pela cadeia produtiva.


Problemas com a rastreabilidade - O diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Silmar Burer, disse que o relatório da missão européia ao Brasil considera satisfatório o programa de sanidade, mas há inconformidades na rastreabilidade e certificação. ''Mas o próprio relatório afirmava que eram situações pontuais, não sistêmicas. Acreditamos que a restrição anunciada é uma medida comercial'', observou.


Meta é aperfeiçoar o sistema - Já na opinião do presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff, o mercado europeu é exigente e, por isso, deve haver ''um perfeito entendimento'' entre os brasileiros e os europeus. ''A tônica para 2008 será o aperfeiçoamento do sistema e, em 2009, acreditamos que será um ano com menos divergências porque deveremos consolidar nossa liderança no mercado'', avaliou. As restrições, segundo ele, são comerciais, ''mas sustentadas por um grau de exigência de um grande cliente que remunera muito bem''.

 

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