EXPEDIÇÃO SAFRA: Quebra na produção não garante Proagro

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Do Sul ao Sudoeste do Paraná, a Expedição Safra registra desde segunda-feira (2/02) os altos e baixos da produção agrícola de verão. A seca que durou 52 dias na região Pato Branco (novembro a dezembro) pouco influenciou as lavouras de Palmas, por exemplo, a uma distância de apenas 80 quilômetros. As áreas menos atingidas foram plantadas mais tarde. Nas regiões em que a colheita do milho ganha ritmo, o que se vê são produtores calculando prejuízos e recorrendo todos ao mesmo tempo ao seguro. Porém, esta última saída não garante noites tranqüilas ao setor. É que mudanças no sistema de avaliação da lavoura dificultam o recebimento do Proagro por parte dos produtores.

Maior número de pedidos - Esse problema ocorre em Francisco Beltrão, o município do Paraná que tem o maior número de pedidos de Proagro. Já são cerca de 900, perto de 7% do total de 13 mil casos do estado. "Na maioria das visitas, estamos verificando que o produtor plantou menos do que está registrado no seguro", afirma o técnico agrícola Antônio Carlos Reginatto, perito da Planasa, empresa que atendeu a um terço dos pedidos de Francisco Beltrão. "Esses produtores correm o risco de não receber", afirma. A medição com GPS, até o ano passado, normalmente ocorria apenas em áreas de mais de 100 hectares. Neste ano, no entanto, é requisito para comprovação da quebra de áreas a partir de 1 hectare.

Expectativa - Os pedidos postos em xeque ainda não foram negados, mas os produtores aguardam respostas dos agentes financeiros com expectativa. Até porque, eles precisam de autorização para mexer na lavoura com quebra para, depois da colheita, iniciar a safrinha, que na região é feita principalmente com feijão e soja. Só depois da liberação é que o produtor Gerri Adriano Pagnocelli pôde realizar a colheita do milho. Ele afirma que já possuía medição por satélite e, por isso, seu caso foi liberado primeiro. "A quebra é de cerca de 80% no milho", relatou. A expectativa era de 10,5 toneladas por hectare, mas o resultado vem sendo de 2,5 t/ha. As chuvas dos últimos dias foram "uma injeção na veia, mas só devem ajudar a soja", lamentou.

Sem seguro - Entre os produtores com perdas acentuadas, muitos não tinham qualquer tipo de seguro. É o caso de José Alécio Brandelero, de Mariópolis, que planta 150 hectares com milho (25%) e soja (75%). A oleaginosa normalmente rende 2,9 t/ha, mas ficou em apenas 1,7 t/ha, disse. No cereal, a quebra registrada foi de 10 para 5 t/ha.

Perdas menores - À medida que a colheita vai avançando, no entanto, as perdas parecem ser menores do que previam os primeiros cálculos, afirma o gerente técnico da Coasul, Paulo Roberto Fachin. A cooperativa, com sede em São João, atua em dez municípios do Sudoeste e tinha a expectativa de receber 45% menos grãos nesta safra. "As perdas devem ficar em 40%, mas esperamos que sejam menores", estima.

Região Central - A Expedição segue nesta quinta-feira (5/02) para a região Central e continuará percorrendo o Paraná nas próximas duas semanas. Nas semanas seguintes, técnicos e jornalistas vão conferir nos Estados Unidos as discussões sobre produtividade e tecnologia no Agricultural Outlook Forum 2009, e a produção da região agrícola que compreende os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. As informações levantadas durante as viagens são publicadas nos veículos da RPC. A Expedição termina na ExpoLondrina, na primeira quinzena de abril. (Caminhos do Campo/Gazeta do Povo)

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