EXPEDIÇÃO SAFRA II: Da lavoura direto para o porto

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Mesmo com todos os problemas internos, políticos e econômicos, a Argentina é um dos maiores exportadores de grãos do mundo. Para sustentar a posição, apoia-se em diferenciais agronômicos e logísticos. No país, o subsídio à agricultura é a natureza. Os solos férteis exigem menor desembolso com fertilizantes e a topografia plana facilita a mecanização. O acesso fácil a um complexo portuário fluvial que corta o cinturão de grãos do país agiliza o escoamento da safra. Perto de 80% da produção de grãos da Argentina está num raio de no máximo 300 quilômetros de algum porto.

Santa Fé - Juan Trossero, que planta soja e milho em Clarke, na província de Santa Fé, no coração do cinturão de produção, está a apenas 40 quilômetros do Porto de San Lorenzo. Somando os dois grãos, espera colher cerca de 4,5 mil toneladas neste ano. Apesar da safra ser volumosa, não possui armazéns em sua propriedade. Praticamente ao lado do rio, ele explica que não há motivo para carregar estoques. O produto que sai da lavoura segue direto para o  terminal. Um pouco mais distante do rio, a 140 quilômetros do Porto de Rosário, o produtor Omar Vigoni, de Marcos Juárez, província de Córdoba, optou por estocar na propriedade parte da produção. Ele tem capacidade estática para 1.400 toneladas, o equivalente a 23% da produção esperada para este verão.

Comércio mundial - No total, a Argentina responde por cerca de 10% do comércio mundial de soja em grão, quase metade das exportações globais de farelo e mais de 50% das vendas de óleo de soja do mundo. A forte presença argentina no mercado internacional de soja e produtos derivados explica-se não só pelo tamanho da produção do país, mas também pelo baixo consumo interno. Segundo informações do Ministério da Agricultura (MinAgri), cerca de 95% da safra de soja do país são destinados à exportação. A maior parte sai do país como farelo e óleo.

Complexo portuário - O complexo portuário de San Lorenzo-San Martin é a maior porta de saída dos grãos argentinos. Durante o pico da safra, apenas o terminal da Associação de Cooperativas Argentinas (ACA) no Porto de São Lorenzo, por exemplo, chega a receber cerca de 500 caminhões de grãos por dia.

Expedição segue para o MaToPiBa, no Centro-Norte - Na próxima semana, os técnicos e jornalistas da Expedição seguem para o MaToPiBa, uma região encravada no Cerrado brasileiro que compreende as principais áreas produtoras dos estados do Tocantins, Maranhão, Piauí e Oeste da Bahia. A equipe vai conferir o desempenho da safra e ajustar os a projeção feita no início do ciclo, quando a Expedição também percorreu a região, em outubro do ano passado. De acordo com a estimativa inicial, os quatro estados juntos devem colher perto de 6 milhões de toneladas de soja e 1,3 milhões de toneladas de milho de verão.

Paraná e Mato Grosso - Na próxima semana, o Caminhos do Campo antecipa o balanço da safra no Paraná e em Mato Grosso, estados que respondem por quase 50% da área de soja plantada no Brasil. No caso do milho, a participação não chega a 15% do total cultivado. Isso porque os dois estados têm uma forte participação no milho de 2ª safra, com mais de 50% da área. O balanço da safra brasileira será divulgado no dia 30 de março. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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