EXPEDIÇÃO SAFRA I: Levantamento aponta R$ 2,6 bi a menos na economia do PR

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Menos soja, menos milho e menos R$ 2,6 bilhões que deixam de circular na economia do estado. A conta considera uma produção estimada em 5,2 milhões de toneladas que o Paraná deixa de colher no ciclo atual por causa da quebra provocada pela estiagem. São 2,5 milhões e 2,7 milhões de toneladas, respectivamente, conforme balanço realizado pela Expedição Safra RPC, concluído na semana passada. O prejuízo em valor monetário foi calculado com base na cotação média dos últimos três meses, em valor pago ao produtor, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab).

Desempenho - Mas poderia ser pior. O desempenho final ainda foi melhor do que o inicialmente estimado pela cadeia produtiva que, em janeiro, trabalhava com uma quebra global acima de 6 milhões de toneladas. A projeção também considerava o feijão de primeira safra, que teve o seu rendimento reduzido em 170 mil toneladas. De acordo com a Expedição, soja e milho, que respondem por 80% da produção de grãos, tiveram um resultado 24% aquém do esperado em volume. Juntos, o cereal e a oleaginosa somam 15,5 milhões de toneladas, mas tinham potencial para 21,72 milhões de toneladas. Na relação com a safra anterior, a soja cai 15% e o milho, mais prejudicado, 30%.

Índices - Com 10 milhões de toneladas, a produção de soja retoma os índices de 2003 e 2004. As duas safras seguintes foram as únicas da história a superar 11 milhões de toneladas. No caso do milho, o volume produzido é igual ao resultado da safra 2004/05, quando a produção também havia quebrado por causa da seca. Fora isso, produção menor do cereal ocorreu somente na safra 1999/00, há 10 anos. Neste ciclo, o trabalho de campo da Expedição incorporou uma pesquisa sobre a intenção de plantio do milho safrinha. A projeção aponta uma pequena queda na área de 2ª safra no estado.

Soja RR - O levantamento sobre as variedades transgênicas mostra o avanço da soja RR, que agora está em 56% da área. E traz uma novidade, a cobertura com o milho Bt na safra de verão e a intenção para a safrinha, com 4% e 31% de ocupação. A edição desta terça-feira (7/04) do Caminhos do Campo mostra ainda variáveis que mudaram a história desta safra e destaca o segredo de alguns produtores em lavouras onde a tecnologia e as práticas de manejo amenizaram o efeito da estiagem. Em verdadeiros oásis de produção, têm lavouras com produtividade similar ou acima da verificada no ano passado. São regiões que seguraram a queda e impediram que média final fosse ainda menor.

Amostragem - O balanço da Expedição Safra tem como base uma pesquisa que ouviu mais de 200 produtores em mais de 100 municípios durante o ciclo de verão, de setembro a março. Os dados foram potencializados com informações de plantio e colheita das 20 maiores cooperativas produtoras de grãos, espalhadas por todas as regiões do estado, que representam um universo de 80 mil produtores. A amostragem, que serviu de base de cálculo à projeção e ao balando final da safra, contemplou 83% da área total de 4,1 milhões de hectares de soja e 59% das lavouras de milho, cultivado em 1,32 milhão de hectares. (Caminhos do Campo/Gazeta do Povo)

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