ESCOAMENTO: Safra menor afeta setor de cargas

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O transporte rodoviário de grãos deve cair até 50% no Paraná neste semestre, segundo avaliação do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar). "Os caminhões transportam o que não vai de trem. Com uma queda de 20% a 25% na safra de verão, o volume de grãos que circula nas rodovias tende a ser 50% menor", disse o diretor da entidade e empresário Laudio Luiz Soder.

Volume - O volume de grãos que está seguindo do interior do estado a Paranaguá através das ferrovias não caiu, segundo a concessionária América Latina Logística (ALL). A empresa não divulga quanto foi transportado até agora, mas informa que mantém a meta de ampliar o transporte em 10% a 12% neste ano no país. Toda a capacidade operacional mantida no Paraná estaria ocupada.

Caminhões graneleiros - A queda no movimento de caminhões graneleiros é dada como certa, mas não deve chegar a 50%, discorda o presidente Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini. Ele conta que nos dois primeiros meses do ano o transporte de grãos praticamente parou, mas sustenta que houve uma forte recuperação nas últimas semanas. Neste momento, considera difícil calcular com precisão qual será o impacto da queda na safra. A Fetranspar abrange nove sindicatos do setor.

Agravamento da crise - O diretor do Setcepar afirma que o atraso na comercialização da produção agrava a crise no transporte. Em sua avaliação, só haverá uma recuperação quando os produtores retomarem as vendas, o que depende das cotações internacionais. A comercialização está atrasada no milho, na soja e no trigo - 17, 15 e 14 pontos, respectivamente, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. Por outro lado, como o produtor ainda tem 79% do milho (1.ª safra), 72% da soja e 19% do trigo (safra passada) para vender, o transporte de grãos ainda possui grande chance de recuperação. Até lá, as transportadoras do Paraná, acostumadas à concorrência gaúcha, vão relocar seus caminhões para outros estados. Mesmo com esse tipo de alternativa, ele estima que a arrecadação das transportadoras do Paraná vai cair entre 7% e 8% neste ano.

Modal rodoviário - O modal rodoviário responde por 75% do transporte da safra de grãos no estado. Com a queda no volume transportado, o preço do frete caiu cerca de 10% no Paraná, segundo da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Porto quer exportar mais grãos - Apesar das vendas atrasadas e da safra 22% menor que a do ano passado, o embarque de grãos no Paraná deve crescer 20%, prevê o Porto de Paranaguá. Mais contratos estão sendo firmados pela área operacional que em anos anteriores, avalia a instituição. O volume embarcado até ontem mostra essa tendência. Na soja, a exportação via Paranaguá cresceu 4% - de 1,39 milhão para 1,44 milhão de toneladas. No farelo, os embarques chegaram a 1,10 milhão de toneladas ontem, 31 mil a menos que nos primeiros 97 dias de 2008 (2,7%).

Milho - No milho, o salto positivo teria chegado a 60%, de 379 mil para 608 mil toneladas. Parte dos grãos embarcados em Paranaguá vem de Mato Grosso do Sul e de São Paulo. O Ministério do Comércio Exterior confirma a tendência verificada em Paranaguá. A Secretaria de Comércio Exterior registrou exportação de 644 mil toneladas de milho do Paraná de janeiro a abril, ante 385 mil no mesmo período do ano passado. Na principal categoria de exportação da soja em grão, a evolução foi de 575 mil para 745 mil toneladas. (Caminhos do Campo/Gazeta do Povo)

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