ECONOMIA: Decisão do Copom reforça aposta em manutenção da Selic em 2013

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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 7,25% ao ano reforçou entre os profissionais de mercado a expectativa de que o Banco Central vai buscar outros instrumentos alternativos aos juros caso o horizonte inflacionário mude para pior. O BC disse por meio do comunicado após a reunião do Copom que “a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”.

Estabilidade - Com a decisão de manter estável a Selic pela primeira vez em 16 encontros do Copom — até agora a segunda mais longa sequência de mudanças do juro básico desde a criação do comitê —, o Banco Central inicia um ciclo de estabilidade do juro básico que, para o mercado, pode ultrapassar o recorde anterior, quando a taxa ficou sem mudanças por sete encontros, entre abril e outubro de 1999.

Cenário externo - “Eu sublinho no comunicado do Copom o destaque dado ao cenário externo, que para mim dá um viés da Selic. Se o BC tiver que fazer algo vai ser por conta de uma atividade doméstica mais fraca por causa do ambiente externo. Não trabalho com cenário de alta de jeito nenhum”, afirmou o economista-chefe do Banco Pine, Marco Maciel.

Instrumentos não convencionais - Outro profissional de mercado que está no grupo que espera manutenção da Selic ao longo das próximas oito reuniões do Copom é o economista-chefe da Concórdia Corretora, Flavio Combat. “Na eventual necessidade de um aperto monetário em 2013, o BC lançará mão de instrumentos não convencionais de política monetária, as medidas macroprudenciais ou recorrer à política cambial como instrumento de controle da inflação, permitindo uma suave valorização do real frente ao dólar a fim de cobrir o excesso de demanda interna com importações”, disse Combat.

Preocupação - Para o gestor de investimentos da Lecca, Georges Catalão, o Banco Central reforçou no comunicado que está bastante preocupado com a economia doméstica e com o ambiente internacional. “Enquanto não houver uma melhora nesse quadro, o BC não vai mudar a estratégia”, afirma.

PIB - Nesta sexta-feira (30/11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre. No levantamento feito pelo Valor Data com 11 consultorias e instituições financeiras, a média estimada apontou expansão de 1,2%, considerando os ajustes sazonais. As projeções variam de alta de 0,9% a avanço de 1,3% no trimestre.

Ajustes marginais - O executivo responsável pela gestão de recursos da Lecca espera uma quinta-feira de ajustes marginais na curva de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). “Acho que os ativos estavam bastante precificados para essa decisão, então não deve haver grande volatilidade em termos de ajustes”.

Dezembro 2013 - Em levantamento do Valor Data com 35 economistas e consultores, uma maioria formada por 20 analistas espera que a taxa Selic ficará inalterada até dezembro de 2013. O que também aponta o último boletim Focus, pesquisa feita pelo BC junto a bancos, corretoras e consultorias.

Posições - Na quarta-feira (28/11), enquanto aguardavam o Copom, os investidores assumiram posições na BM&F que levaram os contratos a fecharem ao redor da estabilidade, após três sessões seguidas de queda. Na lista dos quatro contratos de maior giro, o depósito interfinanceiro que vence em janeiro de 2013 (DI janeiro/2013) fechou a 7,106%, ante 7,09% na última sessão; o DI janeiro/2014 fechou a 7,28%; o DI janeiro/2015 foi a 7,87%; e o DI janeiro/2017 fechou a 8,68% — todos estáveis. (Valor Econômico)

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