ECONOMIA: A crise americana não afeta preço rural

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Especialistas da macroeconomia reuniram-se na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) na última semana para achar a resposta que todos os agentes do agronegócio procuram: como a crise americana irá afetar o mercado de commodities agrícolas? Não houve resposta taxativa para a maior dúvida desde a última crise mundial, mas o consenso é de que algum efeito pode ocorrer, sobretudo pelo impacto que uma possível recessão americana possa causar nas economias asiáticas.

Oferta - "A China, que está crescendo 11%, pode recuar para 9%. Ainda assim é um percentual expressivo", diz Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). China e Índia juntas representam 21% do PIB mundial, um ponto percentual a mais que os Estados Unidos. Mas é posição comum também que, impulsionado por uma demanda inflexível ao preço, o mercado de commodities continuará descolado da crise americana, enquanto a oferta desses produtos não foi regularizada no mundo. "A pressão sobre os mercados agrícolas é inevitável e, este momento, é de aceleração do consumo", afirma Alexandre Mendonça de Barros, professor da FGV.

Desestímulo - O Brasil fica no foco da discussão. É no Centro-Oeste brasileiro onde há área para expansão do agronegócio, mas a baixa oferta de crédito rural, o endividamento, o câmbio e a alta dos insumos, tiraram o estímulo do produtor de aumentar área. "O agricultor dessa região vendeu 65% da soja a US$ 12 a saca, que está valendo US$ 22. A alta de Chicago não foi sentida por esses produtores. Não há estímulo para aumentar área", diz Luiz Lourenço, presidente da cooperativa Cocamar. (Gazeta Mercantil)

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