DIVERSIFICAÇÃO: Girassol, alternativa na agricultura familiar

A necessidade de diversificar as fontes de renda e a produção da agricultura familiar está fazendo com que as organizações do sudoeste do Paraná movam esforços para discutir alternativas ao setor. E uma delas pode ser a produção de oleaginosas para óleos vegetais e farelo de girassol. Ontem, representantes dos agricultores da região fizeram, em Francisco Beltrão, a primeira reunião técnica para planejar um programa de cultivo de oleaginosas na região. A proposta inicial do grupo prevê o envolvimento de 450 famílias de 30 municípios do sudoeste na produção. Cada família deverá destinar entre 1 e 1,5 hectare de sua propriedade para esse fim, o que resultará em cerca de 600 hectares de área plantada, onde deverão ser produzidas aproximadamente 15 mil sacas, ou 900 mil quilos de oleaginosas.

Previsão - O coordenador do Sistema de Cooperativas de Comercialização da Agricultura Familiar Integrada (Coopafi), José Carlos Farias, explicou que a proposta inicial não acarreta grandes riscos para o produtor. “Depois de plantar o girassol, que tem ciclo de 85 a 90 dias, o agricultor vai poder entrar com o milho da mesma área”, disse. O início do cultivo do girassol, por exemplo, também coloca a região entre os potenciais produtores do biodiesel. “Além dos óleos vegetais, orgânicos, que são produtos saudáveis e altamente requisitados pelos mercados consumidores mais exigentes, há ainda a perspectiva do biodiesel, que pode tornar o agricultor um gerador de energia alternativa”, lembrou o coordenador da Cooperativa Iguaçu de Prestação de Serviços (Cooperiguaçu), Olívio Dambrós. O farelo de girassol, rico em proteínas, é bastante indicado para ração animal. Para ele, o alto custo da manutenção das famílias na propriedade rural exige o fim da dependência delas da produção quase que exclusiva de grãos. Até o final de 2006, dentro do ciclo do girassol, o grupo pretende estar colhendo as primeiras sacas para a produção de óleos vegetais e farelo. (O Estado do Paraná)