DIA DO COOPERATIVISMO VI: Mais uma no time do R$ 1 bilhão

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O comprometimento entre cooperativa e cooperados garantiu o crescimento e a consolidação da Integrada Cooperativa Agroindustrial, com sede em Londrina (Norte). Foi esse movimento de união - que está na essência do cooperativismo - que deu fôlego para a Integrada, com menos de 14 anos de atividade, alcançar um faturamento de R$ 1,078 bilhão em 2008, ano que ficará marcado pela eclosão da crise financeira mundial que ainda reverbera na economia global. Mas para o presidente Carlos Murate a crise foi apenas mais uma das adversidades que a cooperativa enfrentou desde a sua fundação. "O faturamento recorde que atingimos em 2008 não foi apenas o resultado da boa produção que colhemos na safra passada, mas sim de todo o trabalho realizado desde o início pela cooperativa e seus cooperados. Uma força conjunta que consolidou a Integrada", comenta Murate.

Origem - Ele conta que a cooperativa nasceu em 1995, com um grupo de 28 produtores rurais, ex-cooperados da então recém-extinta Cotia. "Alugamos a estrutura da antiga cooperativa, chamamos os funcionários que haviam perdido seus empregos, e começamos a trabalhar. Muita gente nos chamou de loucos porque internalizávamos recursos próprios, assumindo uma dívida que levaríamos gerações para pagar, caso não desse certo. Mas não tínhamos outra opção. Tinha que dar certo", afirma.

Estrutura - E deu. Não só como comprova o resultado de 2008, mas principalmente os números que hoje fazem da Integrada uma das maiores e mais atuantes cooperativas do país. Hoje, a Integrada tem 52 unidades de recebimento espalhadas por 42 municípios do Norte, Norte Pioneiro e Oeste do Paraná. "Com posições geográficas distantes, os problemas climáticos não ficam concentrados. A seca que enfrentamos neste ano afetou mais os cooperados do Oeste, que do Norte, onde os produtores puderam plantar mais tarde", analisa Murate.

Associados - A Integrada reúne atualmente 6 mil associados, que no ano passado entregaram 1,3 milhão de toneladas de grãos, volume 16% maior que na safra anterior. "Já representamos 1% da safra nacional", comemora Murate. Foram 468 mil toneladas de soja, 522 mil toneladas de milho, 270 mil toneladas de trigo e 130 mil sacas de café beneficiadas.

Sobras - O resultado do ano passado gerou sobras de R$ 8,6 milhões. Desse total, explica Murate, 50% são destinados a investimentos na melhoria e ampliação da estrutura da cooperativa e a outra metade distribuída entre os associados, conforme o volume entregue à cooperativa.

Investimento - A Integrada também investe na diversificação e verticalização da produção, e agregação de valores aos produtos de seus cooperados por meio da industrialização. A Integrada anunciou, recentemente, investimentos de R$ 35 milhões na implantação de uma indústria de suco de laranja em Uraí. O empreendimento, previsto para iniciar suas operações em 2012, terá capacidade para produzir 12 mil toneladas de suco concentrado, processando 3 milhões de caixas. Para isso, observa Murate, a Integrada está formando com seus cooperados pomares da fruta. Já são 900 ha plantados, aos quais até o final deste ano devem se somar mais 700 ha de laranjais.

Indústrias - A Integrada mantém ainda uma indústria, em Assai, que produz mais de 5 mil toneladas de fios de algodão por ano. Em Andirá, uma unidade industrial processa 180 mil toneladas de milho que abastece diversas indústrias alimentícias. E, em Londrina, a cooperativa mantém uma fábrica de rações, que produz anualmente 25 mil toneladas.

Grupo do milhão - O Paraná possui outras cinco cooperativas com faturamento superior a R$ 1 bilhão: Coamo, Cocamar, C.Vale, Lar e Argária.

Confiança na cooperativa é chave para crescer -"A minha relação com a cooperativa é de janeiro a janeiro, e não só na hora de vender." A declaração do produtor rural de Londrina, e cooperado da Integrada desde a sua fundação, Maurício Akira Okimura, reflete a filosofia de trabalho que deu sustentação para a cooperativa e seus associados crescerem juntos nestes quase 14 anos de atuação.

Opção - Okimura afirma que algumas vezes encontra preços maiores que os ofertados pela cooperativa, mas que ainda assim opta por entregar a produção à Integrada. "Não é apenas a cotação do grão que levo em consideração. É preciso lembrar que a cooperativa dá respaldo em outros momentos, além da comercialização. Quando ocorre uma frustração de safra, eu sei que posso contar com a cooperativa", argumenta.

Fidelidade - O produtor afirma que esta relação de fidelidade contribuiu para o crescimento de seus negócios com a terra. Okimura, que trabalha em sociedade com seu irmão Mauro, diz que o apoio da cooperativa os incentivou a ampliar a área de cultivo. "Adquirimos 170 hectares divididos entre diferentes propriedades, além de arrendarmos outras áreas, que juntas somam 363 hectares", comenta. No total, os dois irmãos cultivam 641 hectares com soja e trigo destinados à produção de sementes, além de milho e aveia. Há dez anos, tinham apenas 109 hectares. E não foi apenas a área que cresceu com o apoio da cooperativa. A assistência técnica, afirma Okimura, permitiu que o produtor elevasse sua produtividade de soja de 2,5 mil para 3,7 mil quilos por hectare. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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