Deral avalia situação agropecuária no Paraná

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Conforme estudo elaborado pela equipe técnica do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento, faz uma "radiografia" da situação atual da agropecuária paranaense nesta safra. De acordo com o estudo do Deral, choveu em todo o estado entre os dias 12 e 14 de março. Na maior parte do estado as precipitações foram de bom volume, resolvendo o déficit hídrico, porém há regiões em que as precipitações apenas amenizaram a estiagem. Essa situação pode ser visualizada no mapa elaborado pelo IAPAR. O extremo Oeste, parte da Região Sul e o norte da Região de Jacarezinho são áreas que ainda apresentam déficit hídrico.


Algodão - Os efeitos da estiagem sobre a produtividade das lavouras não estão, ainda, plenamente quantificados. Devem, contudo, superar o nível de 10% divulgado na última semana. É que as boas produtividades que vêm sendo obtidas em alguns municípios (superando, até, a expectativa inicial) não são suficientes para compensar os estragos da seca nas lavouras de parte das Regiões de Londrina, Umuarama, Maringá, Toledo e Campo Mourão. Com isso, a produção deverá situar-se em torno de 93 mil toneladas de algodão em caroço ou 30.000 toneladas de pluma.

A colheita avança rapidamente, tendo alcançado 33% da área plantada. As condições das lavouras são semelhantes às da última semana, com alto índice (45%) de áreas ruins ou apenas regulares.

O preço médio da arroba é de R$ 20,68 e para o produtor que está obtendo uma produtividade de 200 arrobas/ha, a rentabilidade sobre o custo variável é de 120%.

Soja - Com avanço da colheita, que já atinge 34% da área, confirmam-se os efeitos da seca sobre a floração, a formação de vagens e o enchimento de grãos em parcela expressiva das lavouras do Paraná, tornando irreversíveis as perdas. Há municípios onde as perdas ultrapassam a 50% como, por exemplo: Quatro Pontes, Mercedes, Missal, Santo Inácio, Santa Inês, Santa Fé, Itaguagé, Lobato, entre outros.

O último levantamento indica uma produção de 10,24 milhões de toneladas, porém tudo indica que a produção, neste ano, possa situar-se abaixo de 10 milhões de toneladas.

Cerca de 7% da área apresenta lavouras ruins, 30% apenas razoáveis e, 63%, em boas condições. As lavouras ainda por colher encontram-se na fase final de frutificação (33%) e o restante (67%) em maturação.

O preço médio de comercialização no Paraná é de R$ 47,00 a saca. Considerando uma produtividade de 51 sacas/ ha, a receita bruta seria de R$ 2.397,00 em 1 ha. O custo variável de produção, para esse nível de produtividade, está estimado em R$ 888,00/há; portanto, a rentabilidade situa-se em torno de 170%.
Considerando uma quebra de 30%, a produtividade reduziria para 35 sacas /ha. Nesse caso, a receita bruta passa a ser de R$ 1.645,00/ha, resultando numa rentabilidade de 85%.

O mapa acima mostra o impacto da estiagem sobre o potencial de produtividade da soja de cada região, calculado pelo IAPAR , através de modelo que considera: época de plantio, tipo de solo, temperatura, altitude, umidade, e etc. Exemplificando: No extremo Oeste, ás margens do lago de Itaipu, a produtividade calculada segundo o modelo é de apenas 60% do potencial, ou seja, uma redução média de 40%.

Milho - Prosseguem, firmes, os trabalhos de colheita da safra normal, atingindo cerca de 50% da área, com bom nível de produtividade.

Aproximadamente 30% da área apresenta, ainda, lavouras na fase final de frutificação; o restante (70%) está em maturação, inicial ou avançada.

Cerca de 760.000 toneladas de milho da nova safra já foram comercializadas, o que corresponde 10% da estimativa total de 7,6 milhões de toneladas.

Por outro lado, intensificaram-se, bastante, os trabalhos de semeadura da safrinha, a partir de domingo (14/03), aproveitando a umidade do solo, embora as chuvas, especialmente no Oeste, tenham sido de pouca intensidade. O plantio, efetuado em cerca de 50% da área e. continua atrasado (no ano passado, no mesmo período, cerca de 73% da área estava semeada.

Permanece a convicção de que, pelo menos, 250.000 hectares não serão cultivados (atraso do plantio, eleva o risco de estiagem e geadas precoces em abril e maio). Com isso, a área deve situar-se em torno de 1.200.000 ha, onde será possível colher 4,7 milhões de toneladas.
Feijão da Seca - Com a ocorrência de chuvas, o plantio pôde ser praticamente concluído. Cerca de 40% das lavouras instaladas antes das chuvas encontram-se em condições ruins ou apenas regulares, tendo comprometido parte do potencial. Por outro lado, as áreas semeadas em dezembro/03 continuam sendo colhidas, com boas produtividades, porque foram cultivadas em regiões com menores problemas de estiagem.

Safra de Grãos - A primeira safra de grãos está estimada em 18,617 milhões de toneladas, uma redução de 6,8% em relação a estimativa inicial e 7,28% inferior à safra de 2003, quando foram colhidas 20,078 milhões de toneladas..

QUADROS - SITUAÇÃO SAFRA 2003/2004

A segunda safra de verão está estimada, atualmente, em 5,276 milhões de toneladas, uma redução de 14,6% em relação à estimativa inicial e 18,87% inferior à 2003.

Considerando a safra de verão e de inverno, a produção total de grãos, no Paraná, está estimada em 27,33 milhões de toneladas, 10% inferior à safra de 2003, quando foram colhidas 30,343 milhões de toneladas. Mesmo com os problemas de estiagem, a safra de 2004 poderá ser, ainda, a segunda maior safra de grãos obtida no estado.

O próximo levantamento de safras será divulgado dia 24/03.

DERAL - 16/03/2004.


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