CUSTEIO: BB amplia volume de crédito para a safra

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O Banco do Brasil elevou em quase duas vezes e meia o volume de empréstimos ao setor rural neste primeiro bimestre do ano-safra 2009/10, iniciado em julho. Amparado na demanda por contratação antecipada e normas mais ágeis do governo, o BB desembolsou R$ 6,45 bilhões no acumulado de julho e agosto. No entanto, a expansão dos financiamentos, embora tenha registrado crescimento nominal mais relevante no segmento da chamada agricultura familiar, ficou mais concentrado no estrato empresarial. Os empréstimos feitos aos "grandes", que cresceram de R$ 2,18 bilhões para R$ 5,18 bilhões no intervalo, beneficiaram os mesmos 49,8 mil contratos do ano-safra anterior. Os empréstimos para os "pequenos", por sua vez, somaram R$ 1,26 bilhão no período - na temporada anterior, o volume havia sido de R$ 478 milhões. O desembolso foi distribuído em um contingente de 157 mil contratos, um crescimento de 63% na comparação com os 97,3 mil registrados no período anterior.

 

Repactuação - A concessão mais cautelosa do BB aos produtores empresariais reflete problemas de crédito enfrentados pelo setor desde a safra 2003/2004, quando começaram sucessivas renegociações de dívidas. "É resultado do endividamento dos produtores, das prorrogações anteriores e das restrições de crédito provocadas por essas repactuações", explica o diretor de Agronegócios do banco, José Carlos Vaz. A forte expansão dos empréstimos no primeiro bimestre do ano-safra levou o Banco do Brasil a rever sua projeção de financiamentos para a temporada 2009/2010. Inicialmente, o BB previa um volume de empréstimos de R$ 39,5 bilhões até junho de 2010, quando se encerra a atual safra. Mas a forte demanda por crédito deve elevar os desembolsos acima de R$ 45 bilhões.

 

Limites individuais - Com isso, o banco deve manter sua fatia no sistema nacional de crédito rural acima de 63% neste período. "Não vamos financiar todos os produtores, mas vamos superar o crescimento de 30% a 40% inicialmente previsto", afirma o vice-presidente de Agronegócios do BB, Luís Carlos Guedes Pinto. As causas para a alteração são o aumento dos limites individuais de crédito dos produtores, a elevação dos tetos de recursos subsidiados pelo Tesouro Nacional e a reclassificação do risco de operações de crédito de 93 mil produtores. "Os custos de produção estão menores e as perspectivas são muito boas, o que dará maior margem de lucro ao produtor", disse Guedes Pinto.

 

Cenário favorável - As condições de captação de dinheiro pelo banco no mercado também estão melhores. Os recursos depositados na poupança, cuja operação é exclusiva do Banco do Brasil e de bancos cooperativos, e nas contas correntes das instituições estão acima do esperado. "Não está sobrando dinheiro, mas temos boas fontes de recursos. E nenhuma linha de crédito ficou fechada durante a transição de uma safra para outra", disse o diretor José Carlos Vaz. O banco espera desembolsar 95% do crédito de custeio até novembro. O governo também projeta um cenário favorável ao setor nesta safra. "Temos espaço para mexer nessas fontes de recursos lá em fevereiro ou março", garantiu o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Peraci. E o movimento de retorno do crédito não está restrito ao que ocorre no BB. "É mais no Banco do Brasil, mas tivemos um movimento positivo em todos os bancos", disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães. (Valor Econômico)

 

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