CRISE NO CAMPO VI: Fiep publica manifesto pela agricultura e pelo Brasil

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A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) está solidária ao protesto organizado pelos produtores agrícolas do Paraná e do Brasil. A indústria paranaense entende como justa a defesa da produção agropecuária, que é uma das vocações da nação e, por isso, grande alicerce do desenvolvimento brasileiro. A atual situação do campo reflete o descaso a que foi relegado o empresariado brasileiro por uma política federal que privilegia o “rentismo” (concentração de renda) e não a produção, o que significa, em última instância, asfixiar investimentos, a geração de emprego e renda e agravar o quadro social do país.

Desalento - O protesto da agricultura expressa um sentimento que nasce do âmago do setor produtivo brasileiro e que se caracteriza pelo desalento, alimentado pela insensibilidade das autoridades que conduzem a política econômica do país. Enquanto o mundo avança a passos largos, o Brasil perde um dos mais longos e consistentes ciclos de crescimento sustentado da economia global. No campo, os juros estratosféricos, somados a uma defasagem cambial de 40% e uma carga tributária de 40% do PIB resultaram em perda de rentabilidade em primeira instância, e de liquidez no momento seguinte. Agora, resta ao produtor rural comprometer patrimônio se quiser continuar operando.

Atraso - Além destes fatores, o empresário agrícola ainda sofre com a redução de investimentos em defesa sanitária, pesquisa, falta de crédito, de seguro e de infra-estrutura para escoamento da safra, fazendo seu produto perder mercados e competitividade. Estes ingredientes juntos formam a receita da nação que opta pelo atraso. A Fiep se solidariza aos empresários agrícolas porque sabe da profunda implicação que a produção agropecuária tem, em nosso Estado, sobre todos os demais setores da economia. O prejuízo do produtor rural significa perda de renda no campo, gerando um efeito em cadeia que, como a pedra atirada no lago, gera ondas concêntricas que terminam por afetar a produção industrial e o comércio das cidades. Mais do que um grito de alerta, a Fiep entende que a mobilização da agricultura deve servir de exemplo para que todo empresariado paranaense se converta em uma força política com capacidade para influir nas mudanças que são necessárias para o Brasil.

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