Crise do campo reflete no emprego

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A crise do agronegócio não é um problema que atinge apenas o produtor rural. As dificuldades enfrentadas no campo já prejudicaram a capacidade do País de gerar empregos, não apenas dentro dos limites da atividade primária da agropecuária, mas também em outros setores. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que entre janeiro e junho deste ano, o Brasil apresentou um saldo de 966.303 mil empregos formais (o que representa novos postos de trabalho, calculado a partir do total de admissões menos o total de desligamentos), 7,1% a menos que o saldo de igual período do ano passado, que foi de 1.034.656 empregos formais. Essa queda foi provocada principalmente pela queda de capacidade da agropecuária de gerar novos postos de trabalho, assim como ocorreu em segmentos da indústria de transformação vinculadas ao setor rural, alerta Luciano Marcos de Carvalho, assessor técnico do Departamento Econômico (Decon) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Pior resultado - Sozinha, a atividade agropecuária apresentou saldo de 187.494 empregos no primeiro semestre, o pior resultado registrado nos últimos quatro anos. O saldo deste ano é 15,4% menor que o de 216.430 empregos, no primeiro semestre de 2004, ou seja, representa menos 29 mil empregos. Também a indústria de transformação perdeu fôlego na capacidade de gerar postos de trabalho, encerrando os seis primeiros meses deste ano com saldo de 194.039 empregos; 68,2% a menos que o saldo de 326.360 empregos ao final do primeiro semestre do ano passado. Dois segmentos da indústria de transformação diretamente ligados à agropecuária terminaram os primeiros seis meses de 2005 oferecendo menos oportunidades de trabalho que no início do ano. A indústria de calçados teve saldo negativo, com menos 806 postos de trabalho. A indústria de madeira e mobiliário cortou 3.248 empregos. Também perderam força na geração de vagas os segmentos da indústria de papel e papelão; de borracha, fumo e couros, têxtil e vestuário e de produção de alimentos e bebidas.

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