CRISE DO CAMPO III: Agricultores fecham onze agências do Banco do Brasil

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Produtores rurais do norte do Paraná fecharam ontem onze agências do Banco do Brasil (BB), dando continuidade aos protestos contra a crise no setor. Tratores e outros maquinários agrícolas foram levados à frente das agências, impedindo a entrada dos clientes. As manifestações atingiram as agências do Banco do Brasil de Alvorada do Sul, Ibiporã, Apucarana, Rolândia, Arapongas, Jaguapitã, Sertanópolis, Primeiro de Maio, Jataizinho, Centenário do Sul e Cambé. Hoje, a manifestação irá se concentrar em Londrina. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Apucarana, Claudomiro Rodrigues da Silva, sacos de cereais foram colocados em frente à única agência do Banco do Brasil no município, impedindo a entrada de funcionários e clientes. Tratores também foram deslocados para a frente da agência. A mobilização dos produtores começou às 7h30 e terminou às 17h.

Protestos - “A manifestação não teve a intenção de prejudicar as pessoas. Tanto é que os postos do Banco do Brasil funcionaram normalmente”, afirmou. Segundo ele, o movimento, que segue até o próximo dia 25 - cada dia com uma estratégia diferente -, tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e pressionar o governo federal para que anuncie medidas capazes de minimizar esta que é considerada uma das piores crises vividas pela agricultura. Segundo Silva, os produtores da região seguem hoje para Londrina, onde devem se concentrar em frente à superintendência do BB. Sobre as medidas que serão anunciadas pelo governo federal na próxima quinta-feira (25/05), juntamente com o Plano Safra. O protesto ontem não ficou restrito às agências bancárias. Em várias rodovias, houve bloqueios parciais, como na BR 376, em Maringá, onde os caminhões eram liberados a cada uma hora, e os veículos de passeio a cada meia hora. Houve bloqueio ainda na PR 317, em Engenheiro Beltrão; BR 369, em Juranda e na PR 317, em Peabiru. (O Estado do Paraná).

Norte - Em Alvorada do Sul, região do Norte Pioneiro, todas as agências bancárias, o Correio e as lotéricas foram bloqueados. Além disso, o comércio está fechado em apoio aos agricultores. O protesto dificulta também o funcionamento do Banco do Brasil de Apucarana e em Arapongas, tratores e colheitadeira ocupam a calçada e impedem o acesso de funcionários e clientes. Na cidade de Rolândia, os produtores formaram uma barreira com sacas de grãos para impedir até o acesso a caixas eletrônicos.


Bloqueios isolados em estradas - Depois de uma semana turbulenta e cheia de manifestações de agricultores de todo o estado, apenas duas manifestações aconteceram em estradas do Paraná nesta segunda-feira. Na BR-369, dois grupos bloquearam parcialmente o tráfego nas cidades de Peabiru e Juranda. Motivados pelas manifestações que ocorreram em todo o país na terça-feira passada, do chamado “Grito do Ipiranga”, agricultores do Paraná mantiveram os protestos até a última sexta. As primeiras manifestações interditaram 116 trechos de estradas em todo o estado. Na quarta, o número caiu para 47 e na quinta para 30 bloqueios. Já na sexta foram registradas apenas 17 manifestações e no fim de semana não houve nenhum tipo de protesto.

Bloqueio no RS - No Rio Grande do Sul, os produtores rurais ampliaram os bloqueios em rodovias no Estado. As interrupções ocorreram em dois pontos da BR-290, em São Gabriel e Cachoeira do Sul; na BR-116, em Pelotas; na RS-377, em Manoel Viana; na RS-287, em Paraíso do Sul e na RS-640, em Rosário do Sul. Em Tapes, na BR-116, vários arrozeiros fazem protestos à beira da rodovia, mas sem interromper o trânsito de veículos. Os arrozeiros, responsáveis pela maioria dos bloqueios, tiveram o apoio do governador Germano Rigotto. "Temos o empobrecimento do produtor, o abandono da produção, temos também preços irreais e um enorme descaso com relação ao passado e uma indefinição com relação ao futuro". Um protesto diferente, sem barreiras nem bloqueios, foi realizado em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Produtores rurais fizeram um arroz carreteiro (prato típico gaúcho) para mais de mil pessoas.

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