COTAÇÃO: Mandioca acumula o seu melhor preço

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A elevação do preço do trigo nos mercados internos e externos puxou a cotação da mandioca. No Paraná, a raiz acumula uma das melhores remunerações desde 2005, com preço nominal 10,4% maior do que o obtido há um ano. O custo médio está na casa dos R$ 158 ante R$ 143 praticado há um ano. Temos visto uma recuperação dos preços. Na última semana houve uma leve retração, mas não deverá ocorrer novas baixas, qualquer alteração (nos preços) será para cima, avalia o pesquisador Fábio Isaias Felipe, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Demanda - Na entressafra, a cotação atingiu picos de R$ 173 a tonelada. Segundo ele, esse movimento no mercado ocorreu devido ao aumento da demanda por parte das indústrias de trigo, que passaram a comprar mais fécula de mandioca para adicionar à farinha de trigo para baratear o produto e para suprir, em parte, a escassez do grão. A demanda por fécula vai manter os preços aos produtores, diz Felipe. Além do aumento do consumo, fatores como a redução da área plantada no ano passado e produtividade menor também teriam influência nos altos preços. Mesmo assim, o Paraná tem cotação superior à média nacional, que está na casa dos R$ 156.

Mercado externo - No entanto, Ivo Pierin Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), informa que os amidos em geral estão mais valorizados no mercado externo. Os amidos acompanharam a tendência no mercado internacional, puxados pela demanda do etanol (de milho) nos Estados Unidos. Além disso, na Europa e na China também houve aumento da procura, mas para alimentação humana, informa Pierin. A China também importa chips de mandioca (raiz fatiada e seca ao sol), utilizada para fabricação de álcool e para ração animal.

Previsão de safra - Para esta safra a estimativa é de 180 mil hectares de área plantada com uma produção de 3,8 millhões de toneladas. A colheita será ser 3% maior do que o obtido no ano passado, quando foi registrada produção de 3,7 milhões de toneladas. Segundo levantamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura, a farinha paranaense tem como principais destinos São Paulo, Rio de Janeiro e alguns Estados nordestinos. Já a fécula atende todas as regiões brasileiras. O Brasil é o segundo maior produtor de fécula do mundo, ficando atrás apenas da Tailândia.

Uso - A fécula de mandioca é utilizada na indústria da panificação, para fabricação de biscoitos e pão de queijo. O produto ainda é usado na produção de embutidos, como salsichas e mortadelas. A fécula também é considerada importante insumo industrial, podendo ser utilizada na fabricação de xampus, na indústria têxtil e na indústria química. A fécula de mandioca substitui com vantagem o amido de milho na fabricação de papel. O produto tem maior adesividade e acelera em 20% as máquinas, proporcionando ganho de produtividade, diz Pierin (Folha de Londrina)

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