COPOM/BC: Crise e repique da inflação não devem interromper queda da Selic

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A crise financeira externa, o repique da inflação corrente e a alta do dólar não serão fatores capazes de alterar a sinalização já dada e levar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a interromper o declínio da taxa Selic já na reunião marcada para quarta-feira. A ampla maioria dos analistas consultados ontem pelo Valor acredita que o BC irá respeitar as suas indicações, feitas antes do surgimento daqueles três fatores, de que pretende apenas desacelerar a velocidade de queda da Selic. Nas duas últimas reuniões, o Copom reduziu a taxa em 0,50 ponto. Dos 19 analistas pesquisados, apenas dois apostam em resultado diferente da prevista diminuição do ritmo para 0,25 ponto, com a Selic caindo dos atuais 11,50% para 11,25%.

Divergência - Os dois economistas divergentes estão nos extremos da pesquisa: um acredita na interrupção do ciclo de baixas iniciado em setembro de 2005, quando a taxa caiu de 19,75% para 19,50%, e o outro defende a continuidade do compasso de 0,50 ponto. Poucos economistas preferem arriscar um placar para a reunião do dia 5. Além da ata, o BC vem usando as dissidências dentro do Copom para construir um código sinalizador de suas intenções. A propensão em diminuir agora a magnitude do corte foi expressa no placar apertado de 4 a 3 em favor do 0,50 ponto ocorrido no encontro de 18 de julho.

Incertezas - Para o diretor da Modal Asset, Alexandre Póvoa, qualquer sinalização será inócua por causa das incertezas sobre a crise externa. Não dá para projetar nada com muita segurança para outubro. Um placar de 7 a 0 pelo corte de 0,25 ponto indicaria a vontade de continuar baixando a taxa pelo mesmo ritmo de 0,25 ponto. Um escore de 5 a 2 ou 4 a 3 em favor do 0,25 ponto, mas com o dissenso optando pela interrupção das quedas, iria sugerir a intenção de parar o ciclo em outubro. O economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles, acredita nesta segunda hipótese: "A decisão deverá ser apertada e indicar a manutenção da taxa em outubro". (Valor Econômico)

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