COPAGRA: Cooperativa quer açúcar e uma segunda usina

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Com uma produção de álcool que este ano poderá ser 24% maior que a do período 2006/07, a Copagra (Cooperativa Agroindustrial do Noroeste Paranaense), de Nova Londrina, tem investido na expansão agrícola e industrial, ao mesmo tempo em que sonha com projetos maiores. Depois de modernizar seu modelo de gestão, investir no capital humano, desenvolver um planejamento estratégico de atividades e um plano de desenvolvimento econômico auto-sustentado, o objetivo agora é iniciar a industrialização de açúcar a partir de 2010 e construir uma segunda unidade para a produção de álcool. Esses assuntos estão sendo discutidos e avaliados com os cooperados. “O cenário atual é favorável para investimentos no setor, mas é preciso ter cautela”, afirma o diretor-presidente Miguel Rubens Tranin. Ele ressalta que entre 2006 e 2007 serão investidos R$ 25 milhões na expansão agrícola e industrial, recursos que deverão chegar a R$ 85 milhões até 2010, aumentando a produção de cana-de-açúcar para 1,5 milhão de toneladas/ano.

Área de ação - Com um faturamento bruto de R$ 91 milhões em 2006, a Copagra movimenta a economia de 15 municípios que fazem parte de sua área de ação. Cerca de 75% da arrecadação de impostos de Nova Londrina, por exemplo, são provenientes da movimentação econômica da Copagra, que é também a principal geradora de empregos e de impostos nos municípios circunvizinhos. São mais de 2.300 cooperados e cerca de 1.550 empregos diretos. A produção e industrialização da cana-de-açúcar são as principais atividades, respondendo por 50% do faturamento da cooperativa, que conta com sete unidades operacionais, nos municípios de Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Loanda, Santa Isabel do Ivaí, Marilena, Terra Rica e Nova Londrina. O segundo lugar em faturamento fica por conta da comercialização de insumos agropecuários e, o terceiro, a comercialização de cereais recebidos dos produtos (arroz, soja, milho e sorgo). A cooperativa trabalha ainda com o recebimento e a industrialização de mandioca (amido) e leite, através da participação da Copagra na Confepar, que é também uma das sócias de duas empresas do setor sucroalcooleiro estadual: a PASA, terminal portuário de embarque de açúcar em granel, situado no Porto de Paranaguá, e a CPA Armazéns Gerais, de Maringá, que atua na comercialização de álcool. 

Destilaria exporta 20% da produção - Em 2007/08 a Copagra prevê produzir 850 mil toneladas de cana em uma área de 12,6 mil hectares, dos quais 600 são destinados à produção de mudas. A produção de álcool deverá atingir 69 milhões de litros de álcool, produção 24% maior que no ano passado, quando fechou com 55,8 milhões. A estimativa é que este setor fature R$ 57 milhões este ano, contra 45,8 milhões no período anterior. Do volume total de álcool produzido em 2006, a Copagra exportou cerca de 20%, o equivalente a mais de 11 milhões de litros, sendo que a cooperativa foi a primeira do País a produzir e a exportar o fluido anti-neve para o mercado europeu. Cerca de 65% da produção de cana consumida pela indústria vêm dos cooperados, 91% dos quais são enquadrados na agricultura familiar. Os demais 35% são plantados pela própria cooperativa em áreas próprias e arrendadas. Pioneira também na criação do condomínio de produtores de cana-de-açúcar, a Copagra viabiliza aos cooperados que moram distantes e aos que se dedicam a outras atividades, a possibilidade de também investir na cana-de-açúcar. As áreas arrendadas são administradas pela cooperativa, que cuida do preparo do solo, plantio, colheita e transporte até a destilaria. Neste sistema, foram oferecidos aos associados 320 hectares em 2007. O custo para implantação de um hectare de cana é de cerca de R$ 3,3 mil. Desse valor, através de parcerias com fornecedores, a Copagra financia 60%, pagos somente na colheita da cana. O restante é bancado pelo cooperado.

Custos menores - Por sua vez, instalada de forma estratégica junto à destilaria, a fecularia da Copagra possibilita redução dos custos industriais, o que torna os produtos mais competitivos no mercado. Isso permite o consórcio de energia elétrica (gerada pela destilaria através do bagaço da cana), água tratada, vapor para secagem, laboratório de análise e controle de qualidade, infra-estrutura administrativa e operacional, além da destinação conjunta dos efluentes através da fertirrigação. Para agregar valor a seu produto e atuar em novos nichos de mercado, está sendo estudada a produção de amidos modificados, além da fécula. Em 2006 foram recebidas 22 mil toneladas de mandioca e produzidas 5,3 mil toneladas de fécula. Mantendo um departamento específico para cuidar das questões ambientais, a Copagra vem recuperando as áreas de preservação permanente e reserva legal tanto nas áreas próprias quanto nas de seus associados. Em 2006 foram produzidas mais de 30 mil mudas e para este ano a previsão é de produzir mais de 50 mil. (Imprensa Copagra)

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