COOPERATIVISMO I: A união faz o agronegócio

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Pertencer a uma cooperativa significa ter segurança de produção e de comercialização. Mas não apenas isso. O cooperativismo visa unir a categoria para um bem comum, desenvolvendo a economia e também as comunidades ao seu redor. No caso do agronegócio, ações em conjunto ainda contribuem para uma produção mais sustentável, economicamente justa e mais rentável. ''Sem a cooperativa somos pequenos, mas com ela nos tornamos grandes'', destaca Maurício Okimura, produtor de grãos no Distrito de Paiquerê, região Sul de Londrina, e associado da Cooperativa Integrada.

Apoio fundamental - Okimura é um exemplo de que a união faz a força e o agronegócio, e ainda alavanca a produção e melhora a renda. ''O apoio da cooperativa da qual faço parte sempre foi fundamental para o desenvolvimento da atividade'', acrescenta. Com uma área de 290 hectares plantada neste inverno com milho, o produtor conta que a assistência técnica e a comercialização facilitada oferecida a ele têm servido para promover o negócio.

Modelo - O agricultor londrinense é apenas um do universo de quase 130 mil associados do Paraná, distribuídos em 82 cooperativas ligadas ao agronegócio. No Estado, que é modelo no sistema cooperativista, esse canal foi a maneira que pequenos e médios produtores encontraram para conseguir se manter competitivos no mercado agrícola. E neste ano, em que a Organização das Nações Unidas (ONU) denominou como o Ano Internacional das Cooperativas, a Folha Rural foi a campo para conhecer e contar histórias como a de Okimura e o que faz o sistema local ser destaque e referência.

Benefício estendido - Para quem faz parte do sistema cooperativista, a união serve de base para os negócios e permite, além da melhoria das condições de trabalho, melhor rentabilidade devido à oferta de assistência técnica e consequentemente aumento de produção e produtividade. Para Olga Agulhon, produtora na região de Maringá, fazer parte de uma cooperativa é mais do que unir forças para conquistar mercado e excelência de produção. ''Defino o cooperativismo como fazer o bem não só para nós agricultores, mas também para toda a região onde a cooperativa está instalada'', observa.

Escoamento - Olga explica que uma cooperativa incentiva a economia de uma região e ajuda a solucionar problemas que um produtor sozinho não conseguiria resolver. Um deles, conta a agricultora, é a facilitação no escoamento da safra. Olga conta que antes de entregar sua produção para a Cocamar em Maringá, por exemplo, ela enviava a carga para Cianorte, que fica a 80 quilômetros da propriedade. ''Agora com o opoio da cooperativa, minha logística ficou bem mais facilitada e barata. Isso também melhorou a minha rentabilidade'', completa.

Diferença - No mesmo dilema vivia o pai do produtor Wilson Menin Junior. Sem ter para quem vender, o agricultor da região de Mamborê, se via em situações complicadas antes da instalação da cooperativa Coamo em Campo Mourão. ''Na época tínhamos que levar a nossa produção até Maringá'', completa. Junior acrescenta que a instituição fez a diferença no escoamento de seu produto, dando a ele mais tempo para planejar a próxima safra e até mesmo tempo para descansar. Além disso, o agricultor frisa que o apoio recebido, principalmente com relação ao melhor gerenciamento da propriedade, tem sido fundamental para consolidar a sua produção de grãos.

Modelo - Hoje o Paraná é considerado um modelo mundialmente reconhecido pelos resultados obtidos com a união de pessoas em um mesmo segmento. Só no setor agropecuário, são mais de 82 entidades, abrangendo quase 130 mil produtores em todo o Estado. Flávio Turra, gerente técnico das Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), reforça essa filosofia de que um conjunto de produtores consegue valorizar melhor a produção, ganhar novos mercados e elevar a rentabilidade por área. Segundo Turra, as cooperativas paranaenses devem movimentar só neste ano em torno de R$ 28 bilhões, 5% a mais do que se comparado a 2011.

Força - O gerente da Ocepar conta que o modelo cooperativista começou a ganhar força na década de 1950. Segundo ele, o objetivo na época era fortalecer o setor agrícola que não estava indo muito bem. Turra acrescenta que a filosofia das cooperativas tem como referência a participação democrática dos produtores na administração dos negócios, autonomia, solidariedade e independência. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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