Cooperativas de crédito são o socorro na hora do aperto

  • Artigos em destaque na home: Nenhum
A matéria seguinte, sob o título acima, foi publicada hoje no jornal Gazeta Mercantil. Fala das cooperativas de crédito surgidas em empresas. O Cooperativismo de Crédito, cujas principais “amarras” foram retiradas pelo governo nos últimos sete anos, esta cada vez mais presente no dia a dia da economia. O maior crescimento das cooperativas de crédito no Brasil se deu após os primeiros anos da década de 80, com a criação de uma central de crédito no Rio Grande do Sul e a constituição das primeiras cooperativas de crédito rural no Paraná, surgidas junto a cooperativas agropecuárias. Hoje, no Paraná, os associados que integram o Sicredi já somam mais de 107 mil pessoas. Veja a matéria: Em 1973, a Johnson & Johnson fundou uma cooperativa de crédito para seus funcionários. Quase 30 anos depois, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo do Empregados da Johnson & Johnson (CooperJonhson) continua ativa. No Grupo Pão de Açúcar, a história não foi diferente. Fundada em 1974, hoje ela é a maior do setor de varejo da América Latina, segundo a Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo (Cecresp). São quase 40 mil cooperados, dos 59 mil funcionários do grupo, incluindo os 7 mil advindos com a compra do Supermercado Sé.

O que faz com que este benefício se mantenha por tanto tempo é a justificativa unânime que os funcionários cooperados sabem na ponta da língua: ajuda na hora do aperto financeiro e juros abaixo do mercado. Já a empresa, não gasta nada e ainda ganha com a valorização do benefício pelos colaboradores. "Sempre fazemos pesquisa e o grau de satisfação é alto", diz Ary da Silva Gonçalves, gerente da CooperJohnson. Ele conta que todos os funcionários - dos mais humildes até diretores - procuram a cooperativa. Todos sob as mesmas regras. O que diferencia é o limite de crédito, que varia de acordo com o salário e o capital aplicado na cooperativa.

Na CooperJohnson, o patrimônio líquido é de dar inveja a muita empresa: quase R$ 21 milhões. Dos 4.421 empregados, 3.982 são afiliados. Nela, há duas formas de aplicar o dinheiro. A capitalização mensal e esporádica, de no mínimo R$ 15 - mas a média é de R$ 51 -, descontados na folha de pagamento, e o depósito a prazo, que o funcionário pode sacar quando quiser. As taxas de juros dos empréstimos variam de 0,8% a 2,1%. Quanto maior o capital na cooperativa, menores os juros.

Ao todo são oito linhas de crédito ativas. O empréstimo parcelado é o mais utilizado. Para retirá-lo, é preciso ter mais de dois anos de empresa e mais de três salários de capital. No empréstimo "cooperfix", o funcionário programa a data de pagamento. O "jet cred" - empréstimo fixo de R$ 250, que pode ser pago em até 60 dias -, é o mais utilizado pelo pessoal da fábrica. O "crediauto" financia veículos em até 48 meses, descontados em folha ou quitados em boleto bancário. Há ainda seguros, crédito para compra de microcomputadores e até celulares.

No início, quando o capital ainda é pequeno e a demanda por empréstimos é alta, as empresas precisam entrar com capital. Com o tempo, as cooperativas tornam-se auto-suficientes. Foi assim com a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Funcionários do Conglomerado Battistella (Cecreb), que hoje se mantém com a taxa de administração dos empréstimos, de 1% ao mês. A taxa paga a folha de pagamento da cooperativa e financiam o Fundo de Assistência ao Associado (Fates), que reembolsa gastos com medicamentos de uso contínuo.

A cooperativa do Conglomerado Battistella foi criada em 1989. Ela disponibiliza capital para 2.585 cooperados, dos 3.744 funcionários. Até junho deste ano, seu patrimônio era de aproximadamente R$ 4,09 milhões. Seu esquema é simples. Funciona como uma poupança, onde o capital aplicado é corrigido em 0,5% acima do índice da poupança. Todo mês é descontado de 1% a 10% do salário do funcionário. As taxas de juros variam de 1,85% a 3,8% ao mês, de acordo com a linha de crédito, que pode ser paga em até 24 vezes fixas. No caso do crédito educativo, o funcionário só paga após o término do curso. "É muito atrativo, pois é rápido, seguro, sem burocracia e com juros bem menores que os praticados no mercado", diz Lúcia Kolarovitch Mori, supervisora de recursos humanos do Consórcio Battistella, divisão de administração de consórcios e concessionárias, eletromecânica, madeireiras e reflorestadoras do conglomerado. (Fonte: Investnews - Gazeta Mercantil, 08/10/02).

Conteúdos Relacionados