COOPERATIVA DE CRÉDITO PARA JUÍZES E PROMOTORES

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O Sistema de Crédito Cooperativo (Sicred) inaugura em março o Sicred Credijuris, cooperativa de crédito mútuo que atenderá as classes de juizes e promotores paranaenses. Embora o crédito rural responda por 99% das operações das cooperativas de crédito, o diretor executivo da instituição, Vladimir Andrade Duarte, acredita que está acontecendo uma movimentação em direção ao meio urbano. A Credifato que atende funcionários da Sadia, a metropolitana que atende o comércio de Maringá são exemplos de cooperativas de crédito mútuo. Existe ainda a Luzzatti que é um tipo de cooperativa formada por pessoas físicas.

Crescimento - O Sicredi cresceu 58% em 2001 em depósitos de recursos dos associados, totalizando nos quatro estados em que atua - Paraná, Rio Grande do Mato Sul, Grosso e Mato Grosso do Sul; a soma de R$ 1,7 milhão em dezembro 2001, as sobras acumuladas (lucro), no mesmo período, foram de R$ 63 mil, um crescimento de 66% no total e 117% no Paraná. Para 2002 deve manter o crescimento, disponibilizando recursos em torno de R$ 1, 7 milhão para seus associados, 50% a mais do que disponibiliza hoje.

Ativo - Outra novidade que promete movimentar o sistema de cooperativas é a resolução 2771/200, do Banco Central, que obriga as cooperativas de crédito - a partir de 30 de junho; a terem patrimônio suficiente para alavancar as movimentações no ativo. Para os bancos privados o percentual é de 0,11% das operações no ativo, para as cooperativas sobe para 0,20%. "Estamos tentando conscientizar os associados da necessidade de patrimônio, isso gera segurança. O lado negativo disso tudo é a necessidade de maior alavancagem desse patrimônio", afirmou Duarte.

Fusões - Indiretamente a resolução 2771 e o próprio mercado estão criando uma tendência de fusão de pequenas cooperativas, o que significa redução de custos tornando o negócio mais seguro. O Sincredi tem mantido no último ano 27 cooperativas no Paraná, o que não significa estagnação ou que o Banco Central esteja liquidando cooperativas, mas a confirmação de que essas fusões ou parcerias em busca de fortalecimento estão acontecendo.Sicredi opera com 127 cooperativas de crédito, totalizando os quatro estados onde atua, e 600 mil associados, funcionando como um pool de empresas, a Sicredi Serviços, confederação das centrais com sede em Porto Alegre.

Serviços - Prestando serviços comuns interestaduais e com o impeditivo de número de compensações, ou seja, não podendo efetuar operações bancárias como trabalhar com cheques, o Sicredi criou o Banco Cooperativo Sicredi S.A. (Bansicredi) - primeiro banco cooperativo brasileiro; prestando serviços que antes eram realizados pelo Banco do Brasil e que vão além do financiamento, abrangem cobrança de títulos e carteira de seguros. 'O Bansicredi é o nosso braço no serviço financeiro', enfatizou Duarte. Recentemente foram criadas a Corsecoop, corretora de seguros e a BC Card, administradora de cartões de crédito e débito. Para 2002 serão investidos R$ 16 milhões num sistema que permitirá que as 718 agências trabalhem com um único banco de dados, permitindo uma comunicação on-line das cooperativas. Mas Duarte ressalta que o Sicredi não entrou no mercado para concorrer com os bancos privados. 'Queremos ser uma alternativa democrática para gerir recursos financeiros e prestar serviços bancários em geral'.

Regulador - Mesmo não tendo como objetivo o lucro, já que no sistema cooperativo todas as sobras (nome dado ao lucro) são reinvestidas e os recursos mantidos na própria comunidade que atua, conforme decisão em assembléia dos associados, o Sicredi serve como um regulador de mercado. A retração do número de pontos de atendimento dos grandes bancos está abrindo oportunidades de crescimento.

Privatizações - Duarte afirma que no caso do Paraná, a privatização do Banestado tem aumentado a demanda pelas cooperativas, principalmente em municípios em que o Itaú - que absorveu as operações do Banestado; fechou agências. 'Não direcionamos nossas ações em função dos bancos comerciais, apenas continuamos atendendo municípios que estão desassistidos em regiões carentes', analisou Duarte.

Atendimento - O diferencial que tem aumentado a demanda é o atendimento personalizado, o chamado corpo a corpo, que acaba sendo a vantagem das cooperativas de crédito em relação aos bancos comerciais. 'E principalmente ao fato de em vez de ser cliente, a pessoa vira sócia, participando tanto das responsabilidades quanto dos resultados', acrescenta Duarte.

Juros menores - O ponto mais atrativo para os clientes acabam sendo mesmo as taxas de juros menores que os praticados no mercado. O juros do cheque especial é de 6% ao mês e o do cartão de crédito é de apenas 5,5% ao mês. As cooperativas de crédito são regidas pela legislação normal das cooperativas e com a lei 2771 o Banco Central delegou a fiscalização às centrais estaduais. (Fonte: Gazeta Mercantil - Cynthia Calderon de Curitiba)

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