COODETEC I: Pesquisa como ponto de partida

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pesquisa 13 09 2012A pesquisa pode ser considerada hoje como um braço direito do produtor. O desenvolvimento de novas variedades de melhor qualidade, maior produtividade e mais resistentes às doenças tem proporcionado aos agricultores resultados nunca antes esperados. A pesquisa, antes realizada apenas por instituições públicas e privadas, despertou, pelos seus bons resultados, o interesse do setor cooperativista. No Paraná, a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), fundada em 1995 em Cascavel, foi uma das pioneiras nesse setor, sendo hoje considerada um exemplo de contribuição para o desenvolvimento tecnológico voltado para o agronegócio.

Origem - A Coodetec surgiu de um departamento de pesquisas criado em 1974 na Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Com o aumento da demanda por novas pesquisas, as instalações ficaram pequenas. Por causa disso, em 1995 o setor foi segregado da Ocepar, surgindo assim a cooperativa. Ivo Marcos Carraro, presidente-executivo da instituição, explica que a filosofia da Coodetec é desenvolver tecnologias que atendam às necessidades das cooperativas e de seus respectivos produtores. ''Mesmo sediada no Paraná, a Coodetec tem como foco o Brasil'', observa o dirigente.

Cooperativas - Carraro aponta que a cooperativa atende cerca de 32 cooperativas que representam mais de 180 mil produtores. ''Eles são os verdadeiros proprietários da Coodetec'', enaltece. Ele explica que o foco da instituição é comercializar sementes e tecnologias que tragam benefícios para a agricultura. Ao todo, a cooperativa disponibiliza para o mercado 25 cultivares de soja, 15 de trigo e 12 variedades híbridas de milho.

Faturamento - Com essa linha de produtos, Carraro espera para este ano um faturamento de R$ 170 milhões, ante R$ 130 milhões arrecadados pela Coodetec em 2011, o que representa um crescimento de 30%. De todo o portfólio de produtos criados pela cooperativa, o trigo fica na liderança com 23%, seguido da soja 6% e do milho com 4%. Além da comercialização de sementes, a Coodetec também realiza parcerias com empresas e outras cooperativas no fornecimento de germoplasma. ''Com isso, recebemos royalties sobre a nossa tecnologia utilizada'', destaca Carraro.

Parceria - Segundo o presidente, esse tipo de parceria é importante para o desenvolvimento da Coodetec. Para se manter competitiva nesse mercado, Carraro sublinha que o banco genético da empresa está em constante atualização. ''Mesmo com uma equipe pequena, se comparada com grandes indústrias, o nosso esforço é o mesmo'', sublinha. Hoje, Carraro enfatiza que a Coodetec não necessita de investimentos externos, principalmente de outras cooperativas, pois ela já se sustenta. O presidente acrescenta que quando há necessidade de grandes investimentos, a cooperativa recorre aos bancos financiadores.

Novos projetos - Variedades mais resistentes à seca, são os novos desafios da equipe de pesquisas da Coodetec. Atualmente, a cooperativa está trabalhando em uma variedade de trigo tolerante ao deficit hídrico. Há quatro anos estudando a tecnologia, Carraro espera que ela esteja disponível ao produtor daqui a seis anos. ''As demandas por novas tecnologias diferem muito por regiões, por isso são necessárias muitas pesquisas e isso requer tempo'', endossa.

Profissionais - Para atender a todas essas necessidades, o presidente da Coodetec destaca que a cooperativa dispõe de 100 vendedores que também prestam apoio técnico aos produtores. Segundo ele, as informações oferecidas ao agricultor fazem parte de um pacote que acompanha a venda do produto. Além disso, por meio de encontros técnicos e dias de campo, os especialistas da Coodetec levam treinamento aos técnicos das cooperativas para que eles repassem aos produtores. (Folha de Londrina)

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