CONFEPAR REALIZA PARCERIA PARA EXPORTAR LÁCTEOS

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Brasil está dando o primeiro passo para se tornar um exportador de leite. Na última sexta-feira, foi constituída a primeira companhia trading que será especializada em vender no exterior produtos lácteos brasileiros. A nova empresa, a Serlac, é uma associação de três cooperativas: Itambé, Cooperativa Central de Leite do Estado de São Paulo e a Confepar, com sede em Londrina e duas indústrias de lácteos - Embaré e Ilpisa e uma trading, a Sertrading.

Leite em pó - A expectativa durante o primeiro ano de atividade é vender 10 mil toneladas de leite em pó, que deverão render ao País US$ 20 milhões em divisas. O produto brasileiro será rotulado com a marca Brazilian Dairy Board, seguindo a estratégia vitoriosa dos produtores da Nova Zelândia que conseguiram criar uma marca forte nacional, que garante exportações para 78% da produção do país.

América e Oriente - A meta inicial é atingir mercados do Norte da África (Argélia, Tunísia e Egito) e, posteriormente, da América Latina e dos países do Oriente Médio. "Nos três primeiros anos vamos, a cada ano, dobrar os volumes vendidos", diz o diretor da Serlac, Alfredo de Goeye. Ele conta que o projeto vai começar com exportações de leite em pó e, a médio prazo, deverá englobar outros produtos, como manteiga, queijo e leite condensado. Na avaliação de Goeye, o País não tem tradição de ser exportador de leite porque não houve um esforço coordenado nesse sentido. "O Brasil está pagando o preço de ter abandonado a exportação", afirma o diretor-presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABVL) e membro do Conselho Consultivo da Sertrading, Almir José Meireles.

Balança - No ano passado, o Brasil produziu 20,8 bilhões de litros de leite, importou 850 milhões de litros e exportou 100 milhões de litros. Na avaliação de Meireles, o País tem custos competitivos, qualidade e capacidade de produção para enfrentar a concorrência no mercado. "As indústrias têm muitas fábricas para serem inauguradas", destaca Goeye. Além da perspectiva de aumento na produção, o câmbio favorável, segundo Goeye, foi o empurrão decisivo para que os produtores se voltassem para exportação. A intenção da nova companhia é exportar não só a produção de seus sócios, mas também a de outros laticínios nacionais.

Investimentos de R$ 1 milhão - O investimento inicial na Serlac é de R$ 1 milhão que será aplicado em campanhas de marketing e na estrutura da nova empresa. Inicialmente será aberto um escritório no Brasil e, dentro de seis meses, uma representação no Norte da Europa. Os recursos investidos são dos próprios sócios da companhia. A Sertrading é dona de metade da nova empresa e os 50% restantes divididos entre demais associados. Goeye diz que, a médio prazo, a empresa pretende buscar linhas de crédito para financiar a estocagem do produto. "Estamos avaliando a proposta de exportação para outros itens do setor do agronegócio. Entre eles estão o café e a frutas tropicais", conclui o diretor. (Com dados de matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo do dia 07 .05.2002)

Conteúdos Relacionados