COMMODITIES: Tempo seco nos EUA deflagra novo salto do milho na bolsa de Chicago

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O tempo quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos continua a impulsionar as cotações dos grãos na bolsa de Chicago. Nesta terça-feira (26/06), os futuros de milho dispararam pelo segundo dia seguido. Os contratos com vencimento em setembro (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a mais negociada) fecharam com alta de 28,25 centavos de dólar (4,77%), a US$ 6,1950 por bushel (medida equivalente a 25,2 kg).

Milho - De acordo com Glauco Monte, consultor da INTL FCStone, a escassez de chuvas afeta duramente o milho, que se aproxima da polinização, período decisivo para a produtividade. "Mapas indicam chuvas nos EUA apenas para a semana que vem, o que assusta o mercado", afirmou ele.

Perda de qualidade - As lavouras de milho já perderam qualidade por conta da seca. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os plantios considerados bons ou excelentes caíram de 56% para 53% na semana encerrada em 24 de junho, ante 65% um ano antes. "Os rendimentos do milho americano dificilmente alcançarão o recorde de 166 bushels por acre (10,4 toneladas por hectare) previsto pelo USDA. Já há quem fale em 158 bushels por acre (9,89 toneladas por hectare)", conta o consultor.

Soja - O clima desfavorável também impulsionou os preços da soja nos últimos dias. Nesta terça, porém, a commodity cedeu diante de uma realização de lucros. Assim, os contratos para agosto recuaram 11,50 centavos (0,78%), a US$ 14,5550 por bushel (27,2 quilos).

Fundos - O mercado de soja ainda está muito "comprado" pelos fundos, o que o deixa mais suscetível a vendas para realização de lucros. Segundo a INTL FC Stone, os investidores detêm uma posição líquida de compra de 237,6 mil contratos de soja na bolsa de Chicago, ante apenas 154,3 mil de milho. Somente ontem, fundos teriam liquidado 7 mil contratos de compra em soja e abertos impressionantes 31 mil contratos em milho.

Mercado interno - No mercado interno, as processadoras de soja estariam preocupadas com a possibilidade de terem de interromper o esmagamento mais cedo este ano. Segundo o analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cléber Noronha, as grandes tradings multinacionais pagam preços altos e, mesmo assim, não acham produto para comprar. "Temos em Mato Grosso apenas 1,7% da safra 2011/12 para vender, e as tradings não encontram soja em outras regiões. O que compram é para fazer estoque", disse. (Valor Econômico)

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