COMMODITIES AGRÍCOLAS: Preços da soja devem se manter

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O mercado da soja para o próximo ano não deverá trazer grandes movimentações. As projeções indicam que os preços devem se manter semelhantes aos praticados neste ano com a manutenção do valor recebido pelos produtores baseado no aumento da demanda mundial pelo grão aliado à valorização do dólar frente ao real. Neste ano os preços atingiram recordes históricos - chegando aos US$ 16 o bushel - mas a crise financeira global fez os preços despencarem neste segundo semestre, principalmente, devido à saída de especuladores do mercado de commodities.

Paraná - Em julho deste ano, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o valor médio recebido pelos produtores do Paraná foi de R$ 45,67 por saca; enquanto em outubro a cotação média era de R$ 41,80 e a média de novembro ficou em R$ 37,91 a saca. Para o próximo ano, os preços não devem mostrar recuperação entre março e abril, uma vez que neste período entra no mercado a safra brasileira. A cotação do grão segue os preços do mercado internacional, que são definidos pela Bolsa de Chicago (EUA).

Safra americana - Segundo o pesquisador Lucílio Alves, do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/USP), a safra americana já está sendo colhida e, segundo estimativas do governo, a produção deve atingir 79,5 milhões de toneladas. Esta é a quarta maior safra já colhida pelos americanos nos últimos anos, superando a produção passada (07/08), que foi de 72,8 milhões de toneladas. Outro fator que deverá influir diretamente nos preços é a demanda pelo óleo para a produção de biodiesel.

Petróleo - A partir da queda na cotação do petróleo - que antes da crise estava na casa dos US$ 140 o barril e agora está no patamar dos US$ 40 - a tendência é que os óleos vegetais tenham a sua competitividade reduzida. ‘‘São duas avaliações. A primeira é que cairá a demanda mundial e, a segunda, é que a demanda por óleos vegetais está sendo criada a partir da obrigatoriedade de adição ao combustível fóssil determinada por alguns governos mas, neste caso, com subsídios'', informa Alves.

Tendência - Ainda assim, a tendência é também de queda do preço destes óleos levada diretamente pela redução dos custos da commodity. ‘‘No Brasil não há grandes intervenções no mercado de combustível, mas o mundo está demandando mais uma energia limpa'', diz o pesquisador. Nesta safra (2008/09) os produtores paranaenses plantaram cerca de 4 milhões de hectares de soja, um crescimento de 1,8% com relação ao plantio anterior, que foi de 3,99 milhões de hectares. A estimativa inicial do Deral era uma colheita de até 12,62 milhões de toneladas, número que já foi rebaixado devido a estiagem que atingiu o Estado em novembro e dezembro.

Custo de produção - Dados do Cepea mostram que o custo de produção da soja subiu entre 20% e 25% com relação à safra anterior. Nos primeiros dez meses deste ano o Estado exportou cerca de 4,2 milhões de toneladas do grão, quantidade 13,7% maior do que no mesmo período de 2007. (Folha de Londrina)

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