COMBUSTÍVEL: Governo poderá intervir no mercado de álcool

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes, mandou um recado para os usineiros que têm reajustado os preços do álcool nas últimas semanas. Se os aumentos continuarem, o governo pode diminuir a proporção do combustível na mistura com a gasolina. Isso reduziria o consumo do álcool, o que ajudaria a provocar uma queda nos preços. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) divulgado na sexta-feira, o litro do álcool hidratado foi vendido em média a R$ 0,86 nas unidades produtoras, alta de 2,3%. Já o preço do anidro, misturado em 23% à gasolina, subiu 1,3% para R$ 0,87 o litro na última semana. Apesar da alta, os preços são menores que os verificados em igual período do ano passado nas usinas paulistas. Na primeira semana de janeiro de 2006, o álcool hidratado era cotado a R$ 1,03 o litro, enquanto o anidro valia R$ 1,08 o litro.

Percentual - Sobre os aumentos, Guedes está tranqüilo e diz que os valores estão dentro do esperado. Desde o início da entressafra as cotações subiram até 20%, dependendo da localidade. Uma das medidas em estudo é a possibilidade de mudança da composição da gasolina, que atualmente leva 23% de álcool. "Se os preços continuarem a subir, a porcentagem pode até abaixar", disse Guedes. O atual percentual foi decidido em novembro de 2006, quando o governo avaliou que os estoques seriam suficientes para a nova mistura mesmo no período de entressafra. Na ocasião, foi marcada reunião em janeiro para decidir se o percentual poderia ser novamente elevado, dessa vez para 25%. A hipótese de aumento foi completamente descartada pelo ministro.

Estoque - Conforme dados do ministério, o Brasil conta atualmente com estoque de 5,2 bilhões de litros de álcool. O volume é suficiente para abastecer o mercado até o início da nova safra, esperada para maio. De acordo com o ministro, o País consome mensalmente 1,1 bilhão de litros mensais. Assim, seria possível chegar ao início da safra com reservas de 500 milhões de litros - cerca de 15 dias de consumo. "O nível de estoque estava e continua confortável", disse o ministro, que afirma não acreditar em novos reajustes do combustível nas próximas semanas. Para reforçar o tom tranqüilo, o ministro lembrou que o álcool tem sido vendido nos postos de São Paulo - o maior mercado do Brasil, com mais de 50% do consumo - com preço equivalente a 53% do valor da gasolina. A diferença, que ocorre porque o primeiro combustível tem rendimento menor que o segundo, ainda favorece o uso do álcool no caso de São Paulo. (Gazeta Mercantil) 

Conteúdos Relacionados