Com autoridades em defesa sanitária, Sistema Ocepar abre semana para debater sanidade animal
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Pelos próximos dois dias, estudantes, produtores ruais, cooperativas, profissionais e autoridades da área de Defesa Sanitária estarão reunidos para debater sanidade animal no Paraná. Com 400 inscritos, o Sistema Ocepar abriu, nessa terça-feira (01/10), a semana que vai tratar, entre outros, de temas como modernização, agilidade dos processos, segurança sanitária e vigilância nas diversas cadeias produtivas de proteína animal.
A Semana de Sanidade Animal do Paraná foi organizada em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Na solenidade de abertura, 150 participantes receberam as mensagens de boas-vindas dos anfitriões do evento e das principais autoridades da agropecuária do Estado.
“A sanidade é a condição para conquistarmos e mantermos mercado de proteína animal. Sem isso, não tem eficiência de produção e ainda perdemos em competitividade e qualidade”, afirma o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.
Segundo o presidente, durante esses três dias, a questão da sanidade será analisada, conectando os diversos setores da produção animal, abrindo uma avaliação mais detalhada por atividade: avicultura, suinocultura, bovinocultura e piscicultura. “O controle é fundamental e a falta dele pode inviabilizar todos os investimentos já feitos nas diversas cadeias e indústrias”, diz Ricken.
O presidente interino da Faep, Ágide Eduardo Meneguette, destacou a posição do Paraná como maior produtor de frango e de tilápia e segundo de suínos e leite do país, e reforçou a importância do debate sobre sanidade para, segundo ele, “garantir a qualidade do rebanho, avançar em prevenção, controle e erradicação; e, obviamente, ser mais eficientes na produção, com menor custo”.
“Temos a responsabilidade de cuidar da manutenção desse status sanitário. Esse evento contribui para isso”, completa Ágide Eduardo.
Entre as demais autoridades presentes na abertura da semana, o médico veterinário e presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Martins, ressaltou a parceria do setor público e privado nas conquistas sanitárias e colocou a agência à disposição do setor para seguir avançando.
“Conquistamos avanços quanto à Febre Aftosa, a Peste Suína Clássica sem vacinação, temos 100% dos aviários comerciais com biossegurança instalada, estamos avançando na segurança do suíno e ainda tivemos a instalação de todos os conselhos de sanidade do Estado, fruto dessa parceria. Esse debate é fundamental. Que esse evento seja também um marco histórico nessa caminhada”, afirma.
O pesquisador e chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, lembrou que qualquer ingresso em condição de pouca sanidade tem e sempre terá efeitos práticos, comprometendo os produtos. “Quando a gente pensa em uma realidade como a nossa, pela importância e dimensão dessas cadeias de produção do Estado, sanidade tem valor inestimável”, diz.
Segundo ele, garantir sanidade é evitar ingresso de agentes patogênicos. E, para isso, a biosseguridade é a única grande estratégia. “Precisamos estar bem atentos. Por isso. é louvável esta semana de debate. O tema tem que ser trabalhado sistemática e periodicamente”, garante.
Desafio permanente
Norberto Ortigara, ex-secretário de Agricultura e Abastecimento e atual secretário de Estado da Fazenda, afirmou que manter o status sanitário conquistado é um desafio permanente.
“Sanidade é caminho único a seguir. Por isso, para esses três dias para recalibrar é fundamental. Ou temos sanidade ou estamos fora do jogo. E eu quero seguir jogando, como produtor, ex-dirigente da Agricultura e condutor da economia do Paraná, com vocês”, afirma Ortigara.
Além da participação das autoridades, a primeira tarde do evento teve palestras inaugurais com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Goulart, e com Laiz Foltran, coordenadora de inteligência de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Programas de Autocontrole
Goulart falou da regulamentação dos Programas de Autocontrole para o aprimoramento da qualidade dos produtos agropecuários. Segundo ele, o autocontrole traz como principal inovação a gestão de risco nas atividades de inspeção, fiscalização e controle.
“Agora, a tarefa é estabelecer diálogo franco e sincero com os diferentes elos da cadeia produtiva e setor privado para chegar em um modelo que seja aperfeiçoado na sua capacidade de controle”, diz.
O secretário ainda reforço que manter o status sanitário é uma ação multisetorial de atores. “A questão não se corrige depois da porteira. Por isso, a importância de trazer o produtor para o centro do debate, para explicar os impactos. Pensando no mercado interno e externo, sem saúde não há produção viável e sustentável”, afirma.
Pilar estratégico
Laíz Foltran apresentou a sanidade animal como pilar estratégico para a abertura e manutenção de marcados globais e falou das ações da ABPA junto ao setor produtivo para reforçar a importância de seguir os protocolos sanitários. “O tema da sanidade está presente em todas as negociações em andamento com os mercados internacionais. A sanidade reflete diretamente na produtividade dos nossos estabelecimentos. Sem sanidade, temos baixo rendimento na produção. E para que possamos continuar sendo líder na missão de fornecimento de alimentos ao mundo, temos que manter nossa sanidade”, diz.