COCEAL: Dia de campo colhe algodão adensado

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A Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar), a Coodetec, o Iapar e a Multicotton promovem, na próxima terça-feira (18/03), um dia de campo em Palotina para a colheita de algodão plantado no sistema adensado. O dia de campo será realizado a partir das 14 horas na área de pesquisa da Coodetec em Palotina, localizado próximo à rodovia PR 364 - Imóvel 5.000). O objetivo principal é verificar o comportamento da variedade de algodão CD 410, plantada no sistema adensado e colhida com a máquina Javiú, produzida na Argentina, acoplada a trator e considerada de custo acessível aos pequenos produtores. A máquina foi apresentada aos produtores durante o Show Rural Coopavel, realizado entre 28/01 a 01/02, em Cascavel, e será testada em mais três ou quatro dias de campo nesta safra.

Adensamento - O plantio de algodão adensado vem sendo experimentada há pouco tempo no Paraná com objetivo de tornar a cultura viável economicamente em pequenas áreas, para colheita com uma máquina de baixo custo. Enquanto o algodão convencional utiliza cerca de 100 mil plantas por hectare, o adensado permite de 200 a 250 mil no mesmo espaço, e 300 mil no modelo superadensado. Essa densidade traz diversas vantagens, entre as quais o custo de produção mais baixo e ciclo de desenvolvimento mais curto, o que reduz o custo com controle de pragas e o risco de perdas por causa do clima. Também reduz o intervalo entre a produção do primeiro ao último casulo. A colheita com a nova máquina fabricada na Argentina, que está sendo testada no Paraná, é de baixo custo (aproximadamente US$ 25 mil). Acoplada a um trator agrícola, torna esse modelo acessível à maioria dos produtores.

Pacote tecnológico - O plantio adensado e superadensado faz parte de um novo pacote tecnológico para a produção de algodão na tentativa de reverter a queda do plantio no Paraná. Desenvolvido pelo Iapar com apoio da Coodetec, cooperativas e produtores, o pacote envolve o plantio adensado ou superadensado e a colheita com máquina acoplada à tomada de força de tratores. Com isso, os técnicos prevêem baixar significativamente o custo da colheita, que hoje representa certa de 30% do custo total de produção. Variedades de algodão de ciclo precoce são utilizadas para o plantio, contribuindo para a redução de custos.

Ainda um teste - O engenheiro agrônomo Osmério Pupin Jr, responsável pela pesquisa e melhoramento de algodão da Coodetec, informa que a Javiú terá à disposição, em Palotina, duas parcelas de 5 mil m2 cada, plantadas com a variedade CD 410, onde serão feitos os testes de colheita. A variedade CD 410 pode produzir entre 3.500 a 4.000 kg/hectare, dependendo do manejo. Sobre o algodão adensado, diz que é um sistema mais complexo que o convencional e que o ponto negativo era a inexistência de máquinas de colheita, problema que parece ter sido solucionado com a Javiú e com adaptações feitas em colhedeiras convencionais, de 4 e 5 linhas. A colheita do algodão adensado "funciona bem na Argentina e agora vamos testar aqui", ressalva. Osmério acredita que ainda dá para ganhar dinheiro com algodão: "Se o produtor trabalhar em cima da redução de custos, esse sistema é bem mais barato que o utilizado no Mato Grosso, de pickers (fuso), com máquinas grandes, que custam em torno de 300 mil dólares", afirma.

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