COCAMAR: Encontro debate o avanço tecnológico no agro

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“O conhecimento não tem limite, é grande a velocidade da criação de novidades para tornar mais eficiente o trabalho no campo, o desafio é absorver a informação”. Com esta frase instigante, o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, abriu na manhã de sexta-feira (dia 27/05), na Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT) em Floresta, região de Maringá, um encontro tecnológico promovido pela cooperativa e a Cocamar Máquinas, concessionária John Deere, que reuniu cerca de 200 participantes, em sua maioria profissionais da área técnica de todas as unidades de atendimento.

Indispensável - Transferir tecnologias aos produtores é um trabalho realizado quase que exclusivamente pelo cooperativismo, ressaltou Lourenço, lembrando que quando a Cocamar começou a atuar na região oeste paulista, por exemplo, os agricultores estavam completamente desassistidos. “Temos que passar para eles todo o conhecimento possível”, disse, frisando que com o rápido avanço tecnológico, a conectividade assegura competitividade e gera riqueza. “Estamos na era digital, os produtores precisam de informações e [falando aos técnicos] vocês são o ponto de contato com eles”, arrematou.

A primeira reunião - O superintendente de Concessionária, Arquimedes Alexandrino, destacou ser a primeira reunião envolvendo os profissionais da cooperativa e da Cocamar Máquinas, só não promovida antes em razão das restrições impostas pela pandemia.

Recursos - Ele afirmou que os equipamentos, hoje em dia, oferecem muitos recursos que nem chegam a ser utilizados pelos produtores. “Nos eventos realizados pela John Deere não se fala mais em máquinas e, sim, nos seus diferenciais, como a captação de informações de campo”, observou, citando que a John Deere não quer mais ser conhecida como uma empresa de máquinas, que vende ferro, mas uma empresa de tecnologias.

Excelência - Segundo Alexandrino, está havendo uma transformação muito intensa e, há algum tempo, atento ao futuro do setor, Bill Gates adquiriu 10% das ações globais da John Deere. Nesse contexto, como a Cocamar presta serviços aos produtores, a venda de insumos precisa ser feita com excelência, na quantidade precisa: “tem que fazer tudo bem feito”.

Diferencial - O superintendente mencionou ainda que ao contar com a concessionária, a Cocamar passou a apresentar um diferencial técnico, uma vantagem competitiva perante a concorrência. “Vamos usar a informação gerada pelas máquinas para fazer uma recomendação adequada e absolutamente confiável aos produtores”, disse.

Uma corrida - Alexandrino complementou que a corrida em busca de tecnologias, por parte dos produtores, chega a surpreender: “em uma semana, vendemos 250 pacotes de conectividade”, mencionando ter havido forte impulso, também, na comercialização de projetos de linha. “É preciso conhecer todos os dados e informações para, a partir daí, aumentar a rentabilidade dos produtores, ou seja, usar as ferramentas para uma transferência eficaz de tecnologias”.

Oportunos - Para Bruno Guidi, gerente corporativo de Agricultura de Precisão da concessionária, eventos assim “são oportunos para a atualização dos profissionais e para que sejam assertivos nas suas recomendações aos produtores, orientando-os nesse cenário em constante transformação”.

Produtores mais jovens - Falando sobre “agronegócio em transformação”, o especialista Luciano Tomé e Castro, da consultoria Markestrat, disse que está havendo uma mudança no perfil e no comportamento dos produtores brasileiros, ainda relativamente jovens (média de idade de 46,5 anos) na comparação com os agricultores norte-americanos (60 anos, em média), sendo que eles fazem parte de uma geração de “nativos digitais”.

Tomada de decisão - Como grande número de mulheres e jovens vem ingressando na gestão da atividade rural, percebe-se que elas são mais racionais e se planejam para o longo prazo, enquanto os herdeiros procuram aliar tradição e avanço tecnológico, mas a ligação deles com as cooperativas, por exemplo, se dá por meio do pai e do avô. “Observa-se uma mudança dinâmica na tomada de decisão”, afirmou Castro, explicando que os herdeiros querem fazer algo diferente e isto vai acontecer na propriedade da família ou fora dela.

Solução - Quanto ao atendimento aos produtores, por parte das empresas, ele ressaltou que a qualidade é uma opção para crescer. “O cliente quer solução, não produto”, dizendo ser essa uma mudança de pensamento geracional. “Os produtores se defrontam, todos os dias, com uma insanidade de marcas que surgiram nos últimos anos.

Interesse - De qualquer forma, os produtores demonstram estar curiosos e interessados em novidades tecnológicas. Na recente Agrishow, em Ribeirão Preto, muitos deles, diante das exposições de maquinários, produtos e serviços, se perguntavam: “o que estou perdendo ou não conseguindo ver?”.

Busca por eficiência - Segundo pesquisas, hoje em dia os produtores recorrem muito à internet para a tomada de decisão, preocupados em buscar mais eficiência e ganhos com o crescimento da produtividade, produção e comercialização, redução de custos e riscos.

Antecipar - “É preciso entender as necessidades dos produtores e levar as soluções até eles. Ainda não está claro o que eles querem em tecnologias, por isso temos que nos antecipar e enxergar as oportunidades. O modelo é entender o que eles não estão fazendo e ajudá-los a fazer. Os produtores precisam de referências”, finalizou.

Evolução - Fábio Andrade, ex-colaborador da Cocamar Máquinas que hoje atua como instrutor especialista em produto da John Deere, fez uma apresentação durante o encontro que debateu a evolução tecnológica no agro, na qual situou os avanços tecnológicos ocorridos a partir de 2010. Naquele ano, as máquinas a rotor eram uma evolução, mas já havia piloto automático e mapa de produtividade, recursos que eram usados ainda de forma bastante tímida.

Número reduzido - No ano seguinte, foi aprimorada a tecnologia nos pulverizadores e começou a haver algum impulso na venda de pacotes de agricultura de precisão. Em 2013 o número de máquinas com tecnologias embarcadas na concessionária John Deere em Maringá, Paranavaí e São Pedro do Ivaí (estruturas da antiga Solomar), não passava de 20, sendo que no ano seguinte esse número começou a aumentar.

CSC e novidades - Quando a Cocamar adquiriu a Solomar, em 2016, o número de máquinas conectadas era zero (contra as cerca de 800 atualmente) e em 2017 foi implantado o Centro de Suporte a Operações (CSO), que logo deu lugar ao Centro de Soluções Conectadas (CSC), com 3 colaboradores (hoje são 20) e vários clientes já haviam fechado o ciclo da agricultura de precisão (AP). No Safratec daquele ano, inclusive, foi apresentado o Túnel da AP, cujos destaques eram o JD Link, o Operations Center, o acesso remoto ao monitor da máquina e o serviço remoto de atendimento.

Muitas soluções - Em 2018, a Cocamar Máquinas foi a primeira concessionária do Brasil a completar a Fase III de AP e em 2019 houve o lançamento de muitas soluções, como o distribuidor de nutrientes M4040DN, que permite aplicação a uma velocidade de até 32km/h; os pulverizadores M4000 e ExactApply; plantadeiras ExactEmerge com 23 a 49 linhas, que fixam a semente no solo, cujo plantio pode ser feito em até 16 km/h; e as colheitadeiras da série S700.

Trator autônomo - O projeto SoloForte, com aplicação localizada (podendo gerar uma redução de 60% do produto) foi lançado em 2020, ao passo que em 2022 começou a ser intensificado o uso de trator autônomo nos EUA, algo que em breve deverá chegar ao Brasil, onde, a exemplo da realidade norte-americana, há dificuldades para a contratação de operadores.

Máquinas monitoradas - Completando a agenda de palestras, o supervisor do Centro de Soluções Conectadas (CSC) da Cocamar Máquinas, André Aguilera, destacou que hoje há 70 máquinas gerando mapas de colheita, que fazem um raio X do talhão, aproximadamente 300 mil hectares conectados e em torno de 800 equipamentos cujas operações são monitoradas passo a passo pela concessionária. No Brasil, o número de máquinas conectadas passa de 28 mil. Segundo ele, a taxa de resolução com o atendimento remoto, prestado pela Cocamar Máquinas, é de 91,26%, o que demonstra o alto nível de satisfação dos clientes.

Agilidade - Aguilera lembrou que, anteriormente, o planejamento de uma operação a campo, como o plantio, requeria alguns dias e, se a expectativa fosse alterada por um fator climático, como a possibilidade de uma chuva, praticamente nada se poderia fazer em termos de remanejamento, pois não havia agilidade: os recursos humanos eram limitados e as distâncias um outro problema a superar. Mas, atualmente, com a conectividade e o atendimento remoto, o replanejamento da operação pode ser refeito no mesmo dia, antecipando-se à chuva e evitando paradas que poderiam acabar custando caro para o produtor. (Imprensa Cocamar)

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