COAMO: Cooperados terão antecipação de R$ 30 milhões em sobras

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A Coamo, uma das maiores cooperativas agrícolas da América Latina, vai antecipar a distribuição de sobras do exercício. A partir do próximo dia 10, R$ 30 milhões estarão à disposição dos cooperados, que receberão de acordo com a movimentação de soja, milho, trigo e insumos. O valor representa um acréscimo de 40% sobre o que foi distribuído em dezembro de 2007. O presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini, explicou que os adiantamentos de sobras costumam ser equivalentes a um terço do total previsto para o ano. 

Superação de metas - "Foi o melhor ano que já tivemos e superamos todas as nossas metas", afirmou Gallassini. Segundo ele, cerca de cinco milhões de toneladas de produtos foram recebidos pela Coamo e os bons preços dos grãos registrados antes da crise financeira ajudaram no desempenho. O executivo e produtor disse que parte da queda das cotações foi compensada pela valorização recente do dólar. Com esse cenário, a cooperativa deve fechar o ano com faturamento de R$ 4,3 bilhões, com crescimento de cerca de 24% sobre os R$ 3,47 bilhões registrados no exercício anterior. Com isso, baterá seu recorde de 2004, quando faturou R$ 3,9 bilhões. 

Expectativa - As sobras da cooperativa costumam ser aguardadas com ansiedade pelos cooperados, ajudam a engordar o caixa para as festas de fim de ano e movimentam o comércio do interior. O restante das sobras será distribuído em fevereiro, quando a cooperativa fará assembléia geral com os associados para apresentar os resultados de 2008. A Coamo atua no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e conta com pouco mais de 20 mil cooperados. 

Clima - Gallassini ainda não fala das metas de 2009 e adiantou que está preocupado com a seca que atinge o Paraná, que poderá resultar em perdas nas lavouras de milho e soja. "Estamos há 25 dias sem chuvas", contou ele, que ontem esteve em Brasília, onde estava chovendo. O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Otmar Hubner, acrescentou que há registros de seca na maior parte do Estado.  Em algumas regiões choveu no dia 9 de novembro, em outras no dia 13 e também foram verificadas chuvas isoladas em alguns municípios. "Está mesmo preocupante", afirmou Hubner, que ainda não possui levantamento de perdas. De acordo com ele, normalmente há registros de seca em dezembro e janeiro, não em novembro. A produção de feijão também pode ser prejudicada. 

Planos de investimentos - Ainda sobre o futuro, Gallassini garantiu que a Coamo não pretende alterar os planos de investimentos por causa da crise. De 2008 a 2010, a cooperativa deve usar R$ 180 milhões para melhorar sua estrutura de recebimento e armazenagem de grãos, valores que foram definidos quando o campo vivia um bom momento, com os preços dos grãos em alta. "Também vamos ampliar nossas indústrias", garantiu o dirigente.  Enquanto aguardava a chuva nas propriedades dos cooperados, a Coamo enviou, no sábado seis toneladas de alimentos para a prefeitura de Itajaí, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes naquele Estado. Óleo de soja, farinha de trigo e café foram entregues à Defesa Civil de Santa Catarina no domingo.  (Valor Econômico)

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