CNA: Carnes podem ajudar PIB agrícola a cair menos

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O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola deverá ter uma queda de 1,88% este ano em comparação com 2005, segundo projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A retração, porém, poderia ser mais forte se não fosse pelo bom desempenho das carnes. O segmento promete um bom resultado apesar dos problemas sanitários enfrentados pelo Brasil desde o ano passado - focos de febre aftosa no rebanho bovino e registros da doença de Newcastle em aves criadas em propriedades de subsistência. ''Há previsão de reação dos preços das carnes no segundo semestre, o que poderá minimizar a queda acentuada do PIB da pecuária até o final do ano. Haverá queda no PIB do agronegócio, mas ela será menor do que imaginávamos'', afirmou o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta. Em agosto, a previsão da CNA era de queda de 1,93% no PIB do agronegócio, contra o 1,88% divulgado ontem. Para a agropecuária, a previsão era de queda superior a 4% em agosto, mas a previsão divulgada ontem indica recuo de 3,72%. A queda no PIB do setor deve ficar entre R$ 9,2 bilhões a R$ 10 bilhões, calculou.

Entressafra - Para a carne bovina, o período de entressafra da pecuária elevará os preços da arroba do boi gordo porque a oferta tende a ser menor. Na entressafra, por causa do inverno, os pecuaristas são obrigados a alimentar seus rebanhos com ração, o que eleva os custos de produção. Muitos pecuaristas deixam de produzir nessa época do ano, o que reduz a oferta de animais e, conseqüentemente, de carne. Outro fator foi o recuo dos preços do boi gordo ao menor nível dos últimos 50 anos. ''O recuo desestimulou a produção e os pecuaristas abateram matrizes. Agora a oferta será menor'', completou.

Frango - No caso do frango, houve um ajuste entre oferta e demanda. No começo do ano, as previsões eram de crescimento de 15% a 20% nas exportações, mas a queda no consumo mundial devido ao temor em relação à gripe aviária obrigou as empresas exportadoras e os granjeiros a um ajuste. ''As indústrias, sabendo que não haveria demanda, se comunicaram com os integrados e determinaram a redução dos alojamentos'', afirmou Cotta. Com a menor oferta, os preços voltaram a um patamar razoável. Para os suínos, o superintendente disse que o quadro ainda está no ''meio termo'' e que as exportações nos oito primeiros meses do ano recuaram 21,4% em valor. A queda é reflexo do embargo imposto pela Rússia, que absorve 60% das exportações brasileiras de carne suína, ao produto brasileiro no ano passado depois da descoberta de aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Cotta lembrou, no entanto, que as exportações de carne suína apresentaram recuperação nos meses de julho e agosto e que só no mês passado os embarques cresceram 15%.

Exportação - Cotta também divulgou estimativa para a balança comercial do agronegócio. O saldo será de US$ 39 bilhões em 2006, resultado superior ao registrado no ano passado de US$ 38,4 bilhões. As exportações agrícolas devem render US$ 45 bilhões e os gastos com importações foram calculadas em US$ 6 bilhões. No acumulado de janeiro a agosto, o superávit foi de quase US$ 32 bilhões, crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2005. (Agência Estado)

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