CLIMA: Produtores contabilizam perdas após granizo

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As chuvas fortes, acompanhadas de vento e granizo, na tarde da última segunda-feira (21/04), resultaram em prejuízos na lavoura nas regiões Norte e Noroeste do Estado. Ontem ainda não havia dados oficiais sobre perdas. As informações junto a produtores e cooperativas eram de ‘‘estragos isolados'' em diversos municípios, atingindo principalmente hortaliças, plantações de uva e milho safrinha. Um dos casos mais graves foi registrado em Uraí (26 km a oeste de Cornélio Procópio), onde houve perda total de cerca de 40% da produção de uva, segundo a Associação de Produtores de Uva do daquele município.

Prejuízos - Na área plantada de 300 hectares, que envolve mais de 200 produtores, o prejuízo estimado é de R$ 4,5 milhões, conforme a entidade. Os produtores estavam em plena fase de colheita, cujo período é de abril a agosto. A expectativa para esta safra era colher seis milhões de toneladas de uva das variedades Itália, Rubi e Benitaka. ‘‘Foi uma calamidade pública. Os produtores estão desesperados e não sabem o que fazer para pagar as dívidas assumidas. O granizo picotou tudo, desde a folha até a fruta. Agora vamos trabalhar para ver se conseguimos produzir uva no final do ano'', diz Williams Iwai, presidente da associação.

Uva - Hoje, os produtores devem se reunir com representantes da Seab, Emater e sindicato rural da região de Uraí para oficializar o levantamento dos prejuízos. ‘‘Esperamos apoio político para conseguirmos prorrogar nossas dívidas e termos uma verba de emergência'', afirma Iwai. Uraí é hoje o segundo pólo produtor de uva do Estado, depois de Marialva (17 km a leste de Maringá), e vende sua produção para todo o país. Iwai informa que os parreirais com sombrite (proteção) não sofreram prejuízos.‘‘ O custo para fazer a instalação é alto, só 10% têm a proteção. Se todos tivessem não haveria perda'', diz, informando que o preço do sombrite gira em torno de R$ 40 mil por hectare. O produtor Marcos Ito perdeu mais de 100 toneladas de uva por causa do granizo. Ele estava iniciando a colheita e vinha conseguindo preço entre R$ 1,70 e R$ 1,90 o quilo no mercado. ‘‘Na minha propriedade escaparam 15% da plantação, que era onde tinha tela de proteção'', conta.

Hortaliças - Em Londrina, dezenas de produtores de hortaliças passaram o dia ontem contabilizando prejuízos. Eliel dos Santos Silva, horticultor há 20 anos, perdeu toda a produção de 28 variedades de verduras e legumes plantados numa área de seis hectares no Patrimônio Selva. ‘‘Não salvou nada. O granizo chegou feito pipoca caindo do céu. A alface parece que foi metralhada, o repolho foi todo furado'', conta o produtor, que calcula um prejuízo em torno de R$ 20 mil. Santos, que costuma entregar, em média, 300 caixas de hortaliças por semana na Central de Abastecimento (Ceasa), prevê um prazo de 60 dias para retomar a produção. ‘‘A gente fica muito sentido, eu até chorei. Cuidamos da horta com tanto carinho e vem a chuva e destrói tudo em dez minutos. Precisamos refletir sobre o que estamos fazendo com a natureza'', diz. Segundo Santos, pelo menos 50 horticultores dos patrimônios Selva e Regina e do Distrito do Espírito Santo levaram prejuízos com o granizo.  (Folha de Londrina)

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