CLIMA II: Fase é de transição e dúvidas

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A previsão de La Niña deixa a agricultura preocupada, mas não se trata de uma sentença de seca. Os dados históricos mostram que a produção agrícola tende a sofrer com falta de água, mas nem sempre isso ocorre. Basta lembrar que 2007/08, quando o país atingiu a marca recorde de 144 milhões de toneladas de grãos, era ano de La Niña.

Neutralidade - Por outro lado, mesmo em anos considerados neutros pode ocorrer estiagem. No ciclo 2008/09, de neutralidade climática, o produtor precisou driblar a falta de chuva. Quando todo o plantio deveria estar concluído, a tarefa estava apenas começando em municípios do Norte do estado. Parecia ano de La Niña. Só no final de outubro é que houve chuva para as sementes germinarem. Depois, em plena safra, também faltou água para as plantas. As perdas foram estimadas pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná em mais de 6 milhões de toneladas de grãos.

 

Perdas - Isso não significa que haverá perdas na mesma proporção se o La Niña se confirmar em 2010/11, dizem os meteorologistas. Cautelosos, eles ponderam que não se pode afirmar que isso vá ocorrer em todas as regiões, nem se faltará umidade justamente na época do plantio ou do desenvolvimento da lavoura. A certeza, no entanto, é que o risco de perdas é maior, principalmente na comparação com os anos de El Niño, quando sobra chuva e as plantas tendem a se desenvolver com mais vigor.

 

Exceções - Também em anos de El Niño ocorrem exceções, como o quadro atual do milho em Mato Grosso. O estado não deve chegar aos 5 mil quilos por hectare atingidos nesta mesma época do passado. As chuvas pararam antes do que se previa. A rigor, o El Niño ainda não se desfez, mas as frentes frias que vêm do Sul não têm apresentado a força necessária para chegar ao Centro-Oeste. Para Renato Lazinski, esta já pode ser uma manifestação do próximo La Niña. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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