CIRO GOMES: \"AGRICULTURA É A SALVAÇÃO DA LAVOURA\"
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Durante palestra para líderes empresariais paranaenses, hoje (26), no Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores da Indústria do Paraná (Cietep), o candidato à Presidência da República pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes, afirmou que no Brasil, "literalmente, a agricultura está sendo a salvação da lavoura". Esta afirmação foi feita diante de uma pergunta formulada pelo presidente do Sistema Ocepar, que indagou o candidato sobre suas propostas para o agronegócio. O candidato disse que o caminho do setor é agregar cada vez mais valor a produção primária e que investir na agroindústria. Ele disse, que caso seja eleito irá dar uma atenção especial ao setor. "A agricultura precisa de crédito, assistência técnica, pesquisa e seguro agrícola". O candidato afirmou que não conhece profundamente o setor, mas demonstrou interesse em visitar uma propriedade rural no Paraná. Pediu para que a Ocepar envie sugestões para sua assessoria analisar. Aproveitando a oportunidade o presidente do Sistema Ocepar foi portador de um convite para que o candidato também conheça uma cooperativa paranaense.
Trigo - Respondendo um questionamento do presidente da Abtrigo, Roland Guth, que relatou ao candidato as grandes dificuldades que do setor e os resultados positivos do Plano de Recuperação da Triticultura Nacional, elaborado em conjunto por todas as entidades que integram a cadeia trigo, Ciro afirmou que é preciso deixar de ver a palavra subsídios "como algo satânico". Para ele, com o câmbio flutuante e diante da necessidade de importar cada vez mais o cereal, a conta sempre será repassada para o consumidor. "Antes de darmos subsídios ou mesmo incentivar um maior plantio do cereal precisamos distribuir renda", frisou.
Previdência - Ciro disse que o problema da Previdência no Brasil não está na despesa, como querem fazer crer, mas nas deficiências de arrecadação. Ciro admite que o sistema está quebrado e que, se nada for feito, em 15 anos engolirá simplesmente 100% da receita. O candidato explicou que o modelo foi criado na década de 30, quando o Brasil era um País de jovens, em que para cada aposentado havia seis trabalhadores. Hoje, o quadro é outro, e a solução que ele defende é a criação de fundos de previdência que se associem ao capital produtivo.
Propostas - Emergencialmente, Ciro defende também a atração dos 57% de trabalhadores que, por estarem no mercado informal, não contribuem, mas usufruem dos benefícios da seguridade. O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, prometeu a líderes empresariais do Paraná que, se eleito, apoiara a renegociação da dívida interna. Segundo ele, a dívida é impagável nesse momento - são mais de R$ 700 bilhões vencendo dentro dos próximos 30 meses - e precisa ser reescalonada em melhores condições. Para Ciro Gomes, a dívida interna - que subiu de 23% para 58% do PIB - é uma das principais razões consideradas pelos institutos de análise de risco para ficar com um pé atrás em relação ao Brasil. Para ele, se antes o país tinha ativos que poderiam perfeitamente cobrir essa dívida, hoje, com as privatizações das principais empresas estatais acabou ficando sem essa capacidade.
Críticas - O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, disse que o modelo liberal não é a salvação para todos os problemas econômicos do Brasil. Ele questionou a competição entre modelos de produção tão diferentes, em termos de bagagem tecnológica, financiamento e escala. Lembrou que, no Brasil, o juro mensal é semelhante ao juro anual dos países ricos; que eles dominam a tecnologia de ponta e produzem em larga escala, ganhando justamente no volume, enquanto que no Brasil se produz sem financiamento, com tecnologia atrasada em média em três gerações e em escala reduzida. Se eleito, Ciro diz que vai tratar de defender a produção nacional.
Presidenciáveis - A participação de Ciro, atende um convite formalizado pelo setor industrial, agropecuário, comércio, transportes e das cooperativas. O Primeiro convidado desta série de encontros com os presidenciáveis foi o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e que terá, no próximo dia 12 de agosto, a presença do candidato do PSDB, José Serra.