CEPAL: Brasil puxa avanço do Mercosul no mercado global

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Brasil tem sido o grande motor por trás dos avanços do Mercosul no comércio global neste ano, informou ontem a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), na divulgação do Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2009-2010. Embora todos os países do bloco tenham tido avanços nas suas exportações neste ano, em relação ao ano passado, a força do Brasil tem sido uma das principais justificativas para esse avanço. ''O Brasil arrasta as economias do Mercosul'', afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

Projeção - Para este ano, a Cepal projeta que o bloco econômico irá registrar alta de 23,4% nas exportações e de 29,2% nas importações. De um modo geral, América Latina e Caribe, nos últimos dez anos, tiveram taxas de crescimento médio anual de exportações abaixo do registrado no mundo todo, tanto em volume exportado quanto em valor. ''Esses números mostram a perda de dinamismo de exportações da América Latina e Caribe, bastante impactadas pela participação da China no comércio mundial'', explicou Alicia. Entretanto, se a região ficou abaixo, o Mercosul teve taxas acima da média mundial, e o principal responsável foi o Brasil.

Diversificação - Para a Cepal, o papel do Brasil se explica pela maior diversificação da pauta de exportações do país, apesar de ele também vir reproduzindo, nos últimos anos, o panorama das outras nações de América Latina e Caribe: uma ''reprimarização'' do padrão exportador. Esse fenômeno ocorre porque o peso das exportações de matérias-primas aumenta na balança comercial, reduzindo a participação das exportações de produtos manufaturados com maior valor agregado e tecnologia. A China novamente é a principal responsável por essa dinâmica, por vender muitos produtos manufaturados mais baratos e ser um grande comprador de matérias-primas.

Negociações internas -  - Ainda segundo Alicia, o forte dinamismo do Brasil ainda é bom para o Mercosul porque ajudou a fortalecer as negociações internas entre os países. Segundo a Cepal, o bloco foi a exceção na América Latina e Caribe ao aproveitar de forma adequada o comércio intrarregional. A Cepal ainda apontou que o comércio Sul-Sul (entre as nações em desenvolvimento) deverá seguir crescendo nos próximos anos e que há uma necessidade maior de cooperação entre as nações, como a coordenação global para a retirada gradual de programas de estímulo.

Agregar  valor - Para as nações do Caribe e da América Latina, a entidade afirma que há uma necessidade de incorporação de maior valor agregado às exportações, por intermédio de programas de desenvolvimento de inovação nas indústrias, além de melhoras de logística e infraestrutura. A Cepal defende ainda o fortalecimento das micros e pequenas empresas, além de programas para o aprimoramento da mão de obra. (Folhapress / Folha de Londrina)

Conteúdos Relacionados