CARNES I: Abate de bovinos cai 17,5% no Paraná

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Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção pecuária do País aponta que os abates de bovinos caíram significativamente no Paraná no ano passado em comparativo a 2010. A queda foi de 17,5%, decréscimo de 1,5 milhão para 1,23 milhão de cabeças aproximadamente no período. Por outro lado, os abates de aves e suínos cresceram substancialmente no Estado: 5% e 22,2%, respectivamente. No caso da carne de porco, tal aumento no abate foi o maior entre todos os estados do País.

 

Fatores - O estudo mostra que diversos fatores influenciaram na queda brusca no abate de bovinos no Estado, entre eles o elevado preço do produto no mercado interno, a queda das exportações, a desaceleração da economia global e a necessidade de reposição do rebanho nacional. ''A arroba subiu, em contrapartida os preços da carne suína estavam bastante atrativos. Por isso, é natural que tenha acontecido uma migração do consumidor de um produto para o outro'', explica o técnico do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), Fábio Mezzadri.

 

Seca - José Antonio Fontes, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovino de Corte (ANPBC), discorda que tenha acontecido tal migração dos consumidores de carne bovina para outras carnes. Ele explica que a queda no abate esteve ligada ao problema da seca, a qual fez os produtores permanecerem com seus animais no pasto, e também um acréscimo de abate das fêmeas, o que acaba diminuindo a oferta de animais nos anos seguintes. ''O animal fêmea passou a ser uma ferramenta de liquidez para o produtor. Isso acontece porque ela atinge o peso para o abate mais rapidamente'', esclarece Fontes.

 

Fechamento de frigorífico - Outro fator que acabou influenciando foi o fechamento de um grande frigorífico que operava no Estado, na região de Maringá. Fontes ressalta que isso aconteceu porque a cadeia está desorganizada. ''Os pecuaristas acabam enviando os animais para serem abatidos em outros estados, como São Paulo. Em outros anos, os produtores vinham até o Paraná confinar seus animais e o abate acontecia por aqui''. Dados da Seab comprovam que houve uma diminuição do rebanho do Estado de pelo menos um milhão de cabeças desde 2004.

 

Abate de fêmeas - Alcides Torres, consultor da Scott Consultoria, também comenta que a participação das fêmeas no abate é um dos fatores mais importantes quando avaliado os números do IBGE. ''O preço do bezerro não subiu e o produtor acaba vendendo suas vacas. Outro fator é que o preço da carne sobe, automaticamente acontece uma retração de abates. Porém, no último levantamento varejista que realizamos, os preços mostraram retração'', complementa o especialista. (Folha de Londrina)

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