Campo muda perfil de compra

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O crescimento da safra de grãos e a recuperação dos preços das principais commodities produzidas pelo país, levaram a um incremento da renda dos agricultores, o que tem permitido melhor administração do fluxo de caixa, controle das compras de insumos, máquinas e implementos agrícolas e menor dependência bancária. Esta é a principal conclusão da matéria publicada hoje (8) pelo Jornal Valor Econômico.

Levantamento- Segundo a matéria, a recuperação da renda e a mudança no comportamento de compras vem ocorrendo desde a desvalorização do real em 1999. Um levantamento elaborado pelo economista Guilherme Dias, da Universidade de São Paulo (USP), aponta para uma nítida antecipação das compras de fertilizantes e um aumento consistente no investimento em máquinas agrícolas.

Estabilização - No caso dos fertilizantes, houve antecipação de um trimestre nas compras, que tradicionalmente se concentravam (62%) entre os meses de julho e novembro. "O Produtor tem alta liquidez na mão e está administrando seu capital de giro", diz o economista. Agora, as compras se dão entre fim de março a início de julho, época em que começam a se estabilizar. "A venda antecipada de insumos e o medo de desvalorização do real também influenciam na decisão de antecipar as compras", lembra o pesquisador Aureo Francisco Lantmann, da Embrapa Soja.

Renda setorial - O investimento em fertilizantes continuam ocorrendo em bom volume, lembra Dias, mas as compras de insumos crescem num ritmo bem abaixo do incremento na renda setorial. De acordo com dados elaborados pela consultoria MB Associados, apresentados no na publicação Valor Setorial "Agricultura e seus Insumos 2002", ano passado as vendas de fertilizantes cresceram 1,4%. A produção cresceu 4,8%, devido a elevados estoques formados no início do ano pelas indústrias. A receita nominal agrícola, por sua vez, teve melhora de 20%. Um dos motivos é a piora da relação de troca em lavouras como milho e café. Neste ano, produtos com consumo intensivo de fertilizantes tiveram melhor relação de troca, ou seja, os produtores tiveram vantagem na briga pela compra de insumos.

Perspectivas - Mais beneficiado na decisão de gastos dos agricultores, o setor de máquinas e implementos têm aumentado de forma mais consistente, mostra Dias. As vendas têm crescido num ritmo mais intenso do que em fertilizantes, por exemplo. As perspectivas de avanço do setor de fertilizantes para este ano é cerca de 8%, acredita Dias, da USP. Para 2003, prevê a MB Associados, também deve haver crescimento. O setor de máquinas teve expansão de 22,5% de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2001. No ano a expansão deve superar os 25%.

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