CAMINHOS DO CAMPO: No Maranhão, a mais nova das fronteiras

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A região de Chapadinha, no Nordeste do Maranhão (300 quilômetros da capital São Luís, desponta como a mais recente fronteira agrícola do Cerrado Brasileiro. Os municípios de Anapurus, Brejo, Mata Roma e Buriti já somam perto de 40 mil hectares de soja, 2 mil de milho e 5 mil de arroz. Isso, em apenas três anos de introdução da agricultura empresarial. Apesar das dificuldades de solo (altamente arenoso), falta de mão-de-obra qualificada e pesquisa incipiente, a aposta começa a atrair produtores, empresas de insumos e multinacionais do setor, que levam armazéns, financiam as lavouras e garantem a compra da produção. O tamanho médio das propriedades fica próximo de 1.000 hectares.

O começo com arroz - Nesses municípios é comum encontrar produtores abrindo novas áreas ou fazendo o primeiro plantio, na maioria das vezes com o arroz. O cereal é usado como lavoura de abertura, porque exige menor fertilidade do solo e contribuiu para a correção e estruturação da nova área. Outra característica marcante é o ciclo das lavouras de soja, que além de mais curtos diferem em época de plantio do restante do Cerrado e dos outros estados do país. A região está próxima da linha do Equador, localização que interfere no chamado foto-período e acelera o desenvolvimento da planta. Uma soja que no Paraná fica no campo até 110 dias, nessa região pode ser colhida em 90 dias.

Porto de Itaquí - Os gargalos logísticos na consolidação do Corredor Centro-Norte de Exportação não estão apenas nos modais rodoviário e ferroviário. O Porto Itaquí, no Maranhão, ainda está longe de garantir uma estrutura de escoamento da safra de grãos do Cerrado e do Centro-Oeste do país. Mas não deixa de ser uma promessa. Aliás, a única alternativa economicamente viável, pelo menos teoricamente.

Novo terminal - A esperança está na construção do Tegram -Terminal de Grãos do Maranhão, com verba já prevista no orçamento a União, mas com o processo licitatório emperrado nos agentes legais de liberação e fiscalização dos recursos. A expectativa é que as obras tenham início neste ano, a um custo de quase R$ 100 milhões. Com o Tegram, a capacidade de armazenagem de grãos no porto, que hoje é zero, será de 1,8 milhão de toneladas, para uma movimentação anual de 6,5 milhões de toneladas. A condição ideal passa pela integração dos modais, de acordo com a distância a serem percorridas. Para isso o setor aposta no avanço da Ferrovia Norte-Sul, que vai interligar o porto em São Luís até Anápolis, em Goiás. (Gazeta do Povo)

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