CÂMBIO: Tensão externa leva dólar à maior cotação em três meses
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O dólar fechou em forte alta ante o real nesta segunda-feira (2/03), impulsionado por um movimento de aversão a risco generalizado após a divulgação de números decepcionantes da seguradora AIG e do banco HSBC. A moeda norte-americana encerrou a sessão em alta de 3,04 por cento, a 2,443 reais para venda, após atingir a máxima de 2,451 reais.É a maior cotação de fechamento do dólar desde 9 de dezembro, e a maior variação percentual desde 3 de dezembro.
AIG - A gigante do setor de seguros AIG reportou nesta segunda-feira prejuízo trimestral de 61,7 bilhões de dólares, a maior perda na história corporativa, e obteve um acordo de resgate com o governo dos Estados Unidos. O Tesouro norte-americano e o Federal Reserve afirmaram que a AIG apresentava um risco sistêmico que requeria ações do governo para evitar que seus problemas prejudicassem todo o sistema financeiro. "Embora o governo dos Estados Unidos tente socorrer as instituições financeiras, vemos que a economia real está sendo afetada. O grande problema está aí", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio.
HSBC - Na Europa, o maior banco britânico, HSBC, anunciou a maior emissão de ações da história da Grã-Bretanha, derrubando as bolsas do continente. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais praças da região, fechou em queda de 5,16 por cento.Nos Estados Unidos, os principais índices caíam mais de 3 por cento no final da tarde. Enquanto isso, a Bovespa recuava mais de 4 por cento.
Aversão a risco - Galhardo citou como um dos motivos da alta do dólar a aversão a risco presente no mercado. "Os investidores compram dólares, títulos do Tesouro dos Estados Unidos... com receio de que tudo piore", explicou. De acordo com os dados mais atualizados da BM&F, o volume de dólar à vista negociado era de 2,45 bilhões de dólares. Durante a manhã, as operações foram interrompidas por cerca de 20 minutos devido a um problema técnico no pregão eletrônico. (Agência Estado)
