CAFÉ: Sem rentabilidade exportações de café podem cair

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A previsão da safra 2008 de café do Brasil, cuja colheita deve começar daqui a 90 dias, indica um equilíbrio entre oferta e demanda. De acordo com dados do Dcaf (Departamento do Café), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o país exportou, em 2007, um total de 28,0 milhões de sacas de 60 kg, volume próximo ao recorde de 28,4 milhões de sacas alcançado em 2002.


Consumo - No que se refere ao consumo, o volume vem aumentando a cada ano, tendo atingido, conforme a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), 17,1 milhões de sacas em 2007 - desempenho que vem sendo alcançado com o Programa de Marketing desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, com recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira). Segundo projeções realizadas pelo departamento técnico do CNC, com a previsão da Conab em conjunto com o IBGE, que apontou a safra em até 44,2 milhões de sacas em 2008 e um consumo interno projetado pela Abic em torno de 18 milhões de sacas, será possível repetir, este ano, os níveis exportados em 2007.


Recuperação - Entretanto, a partir de 2009, caso não haja, a curto prazo, uma recuperação nos preços, a qual promova a volta da rentabilidade ao setor produtivo, os excedentes exportáveis podem cair para níveis inferiores aos registrados atualmente. Portanto, a chave para que o Brasil não perca espaço no mercado externo está nos preços pagos aos produtores. Segundo o presidente do CNC, Gilson Ximenes, não há como pensar em competitividade e aumento de participação no mercado sem o cafeicultor receber, por seu produto, uma remuneração que, no mínimo, cubra seus custos de produção. "Vender o café por menos do que ele custou e aumentar a produção, definitivamente, é uma equação que não fecha", comenta.


Políticas - Para reverter este quadro é necessário que sejam desenvolvidas políticas que promovam a melhor distribuição de oferta no longo prazo, proporcionem renda aos produtores e permitam a realização de novos investimentos, os quais aumentem a produtividade e reduzam os custos. "Infelizmente, encontramos setores do agronegócio que vêem a execução de políticas que permitam a sustentação econômica dos produtores como medidas artificiais. Não entendem eles que artificial é sustentar os níveis atuais da produção brasileira sem correspondência na geração de renda para o setor. Nos níveis atuais de preço, o caminho da produção nacional será inverso ao necessário salto de produção demandado pelo mercado", destaca Ximenes. As informações são da assessoria de imprensa do CNC. (Agrolink)

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