CAFÉ II: Minas e Paraná agregam valor ao café

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A mistura de café paranaense com o grão mineiro tem sido a estratégia comercial de cafeicultores do Paraná para agregar valor ao produto. Esta é a afirmação de Claudinei Fávaro, presidente da Associação dos Cafeicultores de Jandaia do Sul (18 km a oeste de Apucarana). O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, aponta que o Estado vem contabilizando primeira e segunda colocações em qualidade e degustação nos dois últimos anos, respectivamente. Atualmente, preferido entre entendidos no assunto.

Estratégia - "O café mineiro tem maior valorização no mercado do que o do Paraná", afirma Fávaro. Segundo ele, os produtores decidiram misturar o café do Paraná com o mineiro para valorizar economicamente o produto. "Nosso café não deixa nada a dever ao café mineiro. Mas esta mistura acrescenta até 30% a mais no preço do café paranaense", informa. A diferença entre o mineiro e o paranaense, segundo ele, está no sabor adstringente que o café de Minas tem, apresentando aromas de terra, mofo e folhas verde. A região de Jandaia, com 1,48 mil cafeicultores chega a processar 100 mil sacas.

Produção - O Paraná deve produzir este ano 2,5 milhões de sacas de 60 quilos cada. O maior produtor é Minas Gerais, com 20 milhões de sacas, seguido por Espírito Santo (10 milhões); e São Paulo (3,5 milhões). Mas nem sempre foi assim. Na década de 60, o Paraná estava em primeiro lugar com uma produção de 24 milhões de sacas, o que correspondia a 60% do total colhido. O coordenador do Deral, Paulo Franzini, explica que o Estado deixou de ser o primeiro produtor devido ao avanço de outras culturas. Para Franzini, a fama de maior produtor acabou reforçando um consenso de que o Estado produzia quantidade e não qualidade.

Produtividade - A produção no Paraná nunca foi uniforme no tamanho dos grãos e das floradas, devido a períodos de muita chuva, conta Franzini. No entanto, nos anos 90 o Estado desencadeou o Plano Revitalização do Café, visando aumentar a produtividade por área plantada, reduzir custo e diversificar os tipos de café plantados. Nos anos 2000, conta Franzini, o Estado iniciou o Programa Café Qualidade do Paraná, visando reverter a imagem negativa do café paranaense.

Concurso - Em 2002, foi aberto, nacionalmente, pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (ABSCA), o primeiro concurso para os melhores cafés do Brasil, tendo como júri degustadores internacionais. O Paraná conquistou em 2006 o primeiro lugar, sendo que Minas Gerais ficou em 3º no mesmo concurso. No ano passado, o Paraná pegou em 2º, perdendo para a Bahia. Atualmente, o Brasil é o primeiro consumidor do produto, com 18 milhões de sacas, outros 30 milhões o país exporta. O café consumido pelos países que importam do Brasil, é o tipo 6, conhecido por bebida dura. O melhor café é conhecido por suave, existente na Colômbia. O extremamente mole é muito comum no cerrado mineiro. A bebida dura ou encorpada é comum no Paraná. (Folha de Londrina)

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