BOLSA DE CHICAGO: Soja recupera perdas e volta a ficar acima dos US$ 12

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Depois de começar a semana abaixo dos US$ 11 o bushel, os contratos futuros da soja inverteram a mão e emplacaram ontem a terceira alta consecutiva na Bolsa de Chicago. Os papéis com vencimento em julho, que ocupam a primeira posição de entrega, avançaram cinco pontos nesta quarta-feira e fecharam os negócios do dia a US$ 12,08 por bushel (27,2 quilos), o equivalente a US$ 26,65 a saca de 60 quilos. Com o novo salto, acumulam altas de 2% e junho e de 24% em 2009.

Barreira - A barreira dos US$ 12 foi ultrapassada no início de junho. Foi a primeira vez neste ano que o mercado da soja viu os preços chegarem a esses níveis. Entre setembro de 2008 e maio de 2009, as cotações do grão trabalharam abaixo desse patamar, entre US$ 9 e US$ 11.

 

Estoque americano - O estoque americano de soja, o mais baixo dos últimos anos, é um dos principais combustíveis para a recuperação, observa o analista da Intertrading Carlos Alexandre Gallas. Conforme o USDA, o departamento de agricultura do país, os Estados Unidos encerrarão a temporada 2008/09 com 2,99 milhões de toneladadas armazenadas, o que coloca a relação entre estoque e consumo do país em perigosos 3,6%. Como o plantio está atrasado, teme-se que esse volume seja insuficiente para abastecer o país até a entrada da nova safra (2009/10).

 

Tendência - A tendência positiva desenhada no mercado da soja na Bolsa de Chicago é acompanhada pelo milho. Depois de cair abaixo dos US$ 4 o bushel durante a sessão de ontem, as cotações do cereal se recuperaram e fecharam o dia em alta, ainda que modesta. Os contratos com vencimento em dezembro (primeira posição) avançou 3,75 pontos ontem, para US$ 4,0775 o bushel (25,4 quilos), ou US$ 9 a saca. Os papéis do cereal acumulam queda de 7% e no mês, leve alta de 0,2% no ano e retração de 45% nos últimos doze meses.

 

Milho - Como os estoques estão mais folgados que os da soja, o mercado do milho tem mais dificuldade para deslanchar. Isso é especialmente verdade no Brasil. Por aqui, o excedente recorde (de 9,14 mi de t segundo a Companhia Nacional de Abastecimento) impede o avanço da cotações da saca mesmo diante de uma produção 12% menor (de 51,38 mi de t neste ano contra 58,65 mi no ano passado, de acordo com a Conab).

Paraná - No Paraná, os preços da saca do cereal mantêm-se estáveis desde o início do ano, em torno de R$ 17. Conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o produtor paranaense que negociou seu milho ontem recebeu em média R$ 17,71 pela saca. No caso da soja, as vendas também evoluem de maneira lenta, apesar do preços remuneradores. No Paraná, onde a saca do grão mantém-se acima dos R$ 40 desde o início do ano, pagou-se em média R$ 45,39 ontem. De acordo co o Deral, há ainda cerca de 30% da safra por comercializar no estado, o equivamelente a pouco mais de 3 milhões de toneladas. (Gazeta do Povo)

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