BANCOS EMPRESTAM MENOS PARA CRÉDITO RURAL

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Dos R$ 50 bilhões aplicados pelo setor agropecuário no custeio da última safra agropecuária apenas 28%, ou R$ 14 bilhões, passaram por financiamento bancário, segundo matéria do jornal Gazeta Mercantil desta quarta-feira. O diretor de agronegócio do Banco do Brasil (BB), Biramar Nunes de Lima, afirmou que 12% do crédito de custeio é financiado pelos fornecedores de insumos e por tradings e 60% do capital de giro representa recursos próprios dos produtores. "Boa parte dos agricultores está bem capitalizada", disse Lima. Os recursos gastos para tocar a safra proporcionaram ao setor um faturamento, "até a porteira da fazenda", de R$ 96 bilhões. Isso significa que o crédito bancário para custeio da safra equivale a 14,6% do valor da produção, percentual bastante inferior aos registrados nos anos 70 e 80 e muito menor do que os índices de países agrícolas mais ricos, onde o financiamento supera 60% do valor da produção.

Crescimento das cooperativas de crédito - As autoridades entrevistadas pelo jornal Gazeta Mercantil não citaram, mas a atuação das cooperativas de crédito também contribuíram para reduzir a dependência dos agricultores dos bancos: em 2001, por exemplo, o Sicredi emprestou, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, R$ 1,13 bilhão, a maior parte aos agricultores cooperados. O Sicredi surgiu em 1996, resultado da adesão do Paraná ao banco e ao sistema. Nos demais estados opera o Sicoob, cujo montante de empréstimos aos vários setores onde atua somava, em junho de 2001, R$ 1,5 bilhão.

Redução dos empréstimos - Autoridades do Ministério da Agricultura calculam que desde 1965, quando foi instituiído, o Sistema Nacional de Crédito Rural já financiou a agricultura em mais de US$ 350 bilhões, numa média de quase US$ 10 bilhões anuais, com picos próximos de US$ 20 bilhões/ano no fim da década de 70 e início dos anos 80. Em forma de subsídios, embutidos no crédito por meio de juros inferiores à inflação, os produtores receberam do governo, entre 1970 e 1985, outros US$ 31,5 bilhões, ou US$ 2 bilhões/ano, em média. Essa concessão de recursos públicos, com o apoio de intervenção do governo nos mercados, contribuiu para aumentar e diversificar a produção e as exportações brasileiras.(Fonte: Gazeta Mercantil, Sicredi e Bancoob).

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